Com o objetivo de fornecer dados para o esclarecimento do controvertido problema da natureza de Cytamoeba bacterifera freqüentemente encontrada nos eritrócitos de Leptodactylus ocellatus, realizamos alguns testes citoquímicos. Demonstramos a presença do ácido ribonucleico e polissacarídeos não digeríveis pela ptialina em sua estrutura. Com o método de Feulgen, teste de referência para a caracterização do ácido desoxirribonucleico, obtivemos principlemnte resultados negativos; porém, um parasito com fraca e difusa positividade e algumas reações duvidosas também foram encontrados. Ao emrpegarmos o Verde Metila-Pironina, mesmo após o tratamento pela ribonuclease, e o Azul de Toluidina, também depois da ação desta enzima, não conseguimos confimar a presença de ADN. Como os elementos constituintes de C. bacterifera são minúsculos e, às vezes, não evidenciáveis, é possível que seu teor de ADN, porventura existente, seja muito pequeno e, conseqüentemente, de difícil demonstração por métodos cujos resultados são observados sob microscopia ótica, além de poder ficar facilmente encoberto por outras substâncias. Não estamos propensos a admitir uma provável natureza virótica para Cytamoeba baseados, principalmente, em alguns de seus aspectos estruturais (figs. 8, 15, 17 e 18) e na ausência de alteração no núcleo das células parasitadas. Apesar de não termos comprovado a presença de ADN, achamos possível que C. bacterifera seja um aglomerado intracitoplasmático de organismos modificados, cujas dimensões situam-se nas proximidades do limite de resolução do microscópio ótico, relacionados com as bactérias, assim como são, por exemplo, os Clamídios e as Riquétsias. Observamos o desenvolvimento de Cytamoeba em rã mantida em cativeiro por três meses e semanalmente examinada; constatamos decréscimo paulatino da parasitemia inicial e também que os seus tipos estruturais e medidas não estavam relacionadas com a etapa da infecção. Não conseguimos transmitir, por inoculação intra-peritoneal, Cytamoeba de L. ocellatus para Bufo crucifer.
In view to furnish data to elucita the controversial problem of the nature of Cytamoeba bacterifera, which it is often found in erythrocytes of the frog Leptodactylus ocellatus, we have done some cytochemical tests. We displayd in its structure the contents of RNA and polysaccharides that do not undergo digestion by ptyalin. With the Feulgen's method we mainly obtained negative results, but one parasite showed a faintly diffused positivity and a few doubtful reaction were also observed. When we employed the Methyl Green-Pyronin, even after the ribonuclease treatment, and the Toluidin Blue, likewise subsequent to the activity of this enzime, we did not evidence the DNA. Taking into account that the components of C. bacterifere are usually very small and sometimes undiscernible, it is probable that their contents of DNA, perhaps existent, would be difficultly demonstrated under the light microscope, and also that it would be easily dissimulated by other substances. We do not believe in a viral nature of Cytamoeba mainly regarding some aspects of its structure (figs. 8, 15, 17 and 18) and the absence of damage on the nucleous of the infected cells. Although we did not prove the presence of DNA, we think that it is possible that C. bacterifera is an intracytoplasmic clump of modified organisms wich sizes are just within the nearness of th limit of visibility with optical microscopes, related with the bacteria, such as are, by exemple, the Chlamydiae and Rickettsiae. The development of Cytamoeba was followed in a frog maintained int he laboratory during three months and weekly examined; we observed progressive decrease of the parasitismo. Its structural types and sizes were not related with the phasis of the infection. We did not get transmission by intraperitonela inoculation of C. bacterifera from L. ocellatus to Bufo crucifer.