RESUMO OBJETIVO Determinar a magnitude e tendência temporal dos óbitos por doenças cardiovasculares congênitas (DCC) em Pernambuco entre 1996 e 2016. MÉTODOS Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, com todos os casos de óbitos por doenças cardiovasculares congênitas no estado de Pernambuco, entre 1996 e 2016, por meio dos dados do Datasus, Sinasc e SIM. RESULTADOS Ocorreram 3.584 óbitos por DCC entre indivíduos de 0 a 14 anos de idade, dos quais 81,94% foram concentrados em crianças menores de 1 ano de idade. A taxa de mortalidade infantil apresentou tendência linear de crescimento de 0,4645 por ano (p<0,01). A causa Q24 (outras malformações congênitas do coração) esteve presente em 72,54% dos registros de óbitos e 48,17% dos óbitos ocorreram na faixa etária de 28 a 364 dias de vida. Maior ocorrência de óbitos foi identificada entre os nascidos com peso entre 500 e 1.499 g, do sexo masculino, pré-termos, filhos de mães sem escolaridade e em partos domiciliares (p<0,05). CONCLUSÕES As cardiopatias congênitas ainda representam um problema de saúde pública como causa de mortalidade, especialmente no primeiro ano de vida. A taxa de mortalidade por DCC apresentou tendência linear de crescimento. As características gerais demonstraram significância estatística para óbitos entre crianças prematuras, com baixo peso, do sexo masculino, nascidas de mães sem escolaridade e em partos domiciliares.
SUMMARY BACKGROUND To determine the magnitude and temporal trends of deaths due to congenital heart disease (CHD) in Pernambuco between 1996 and 2016. METHODS This was an ecological, time-series study, involving all cases of deaths from congenital cardiovascular malformations in the state of Pernambuco, from 1996 to 2016, using data from DATASUS, SINASC and SIM. RESULTS There were 3,584 deaths from congenital cardiovascular malformations amongst individuals aged 0 to 14 years, of which 81.94% were concentrated in children aged under one year. The infant mortality rate (IMR) presented a linear growth trend of 0.4645 per year (p <0.01). The cause-of-death code Q24 (other congenital malformations of the heart) was present in 72.54% of the death records and 48.17% of the deaths occurred in infants aged between 28 and 364 days of life. The highest occurrence of deaths was identified in children with low birth weight (500 and 1,499g), male, premature, children of mothers without schooling, in deliveries at home (p <0.05). CONCLUSIONS Congenital heart disease still represents a public health problem as a cause of death, particularly in the first year of life, with IMR in a linear growth trend. Deaths from CHD were more prevalent in male children, born prematurely, with low birth weight, born to mothers with low schooling and deliveries without medical care.