RESUMO INTRODUÇÃO Embora a terapia estrogênica seja amplamente utilizada contra sintomas pós-menopausais, ela pode apresentar efeitos adversos, incluindo câncer de mama e endometrial. Assim, as isoflavonas da soja são consideradas uma alternativa possível à terapia estrogênica. No entanto, ainda há controvérsias se estes compostos exercem efeitos tróficos significativos no colo do útero. OBJETIVOS Avaliar as alterações histomorfométricas e imuno-histoquímicas no colo do útero de ratas ovariectomizadas tratadas com isoflavonas da soja (iso). MÉTODOS Quinze ratas Wistar adultas foram ovariectomizadas bilateralmente (Ovx) e separadas em três grupos: Grupo I (Ovx) - veículo (propilenoglicol); Grupo II (Ovx-Iso) - receberam extrato concentrado de Iso (150 mg/kg) e Grupo III (Ovx-E2) - tratado com 17β-estradiol (10 µg/kg); as soluções foram administradas via gavagem por 30 dias consecutivos. Posteriormente, os colos uterinos foram retirados, fixados em formaldeído a 10% tamponado e processados para inclusão em parafina. Cortes (4 µm) foram coradas com hematoxilina e eosina para estudo morfológico e morfométricos, enquanto outros foram submetidos à imuno-histoquímica para detecção de Ki-67 e do fator de crescimento endotelial vascular-A (Vegf-A). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (p≤0,05). RESULTADOS Observamos a presença de colo uterino atrófico no GI (Ovx), sendo este mais volumoso no GII (Ovx+Iso) e ainda mais volumoso no GIII (Ovx+E2). A espessura da mucosa cervical foi significativamente maior no GIII (Ovx-E2), em comparação ao GI (Ovx) e ao GII (Ovx-Iso). A proliferação celular (Ki-67) foi significativamente mais elevada nos grupos tratados com estradiol e isoflavonas, enquanto a imunoexpressão de Vegf-A foi significativamente maior no GIII (Ovx-E2), em comparação ao GII (Ovx-Iso) e ao GI (Ovx-E2). CONCLUSÕES As isoflavonas da soja causam menos efeitos tróficos e proliferativos no colo do útero de ratas em comparação ao estrogênio.
SUMMARY INTRODUCTION Although estrogen therapy is widely used against post-menopausal symptoms, it can present adverse effects, including endometrial cancer. Soy isoflavones are considered a possible alternative to estrogen therapy. However, there are still concerns whether isoflavones exert trophic effects on the uterine cervix. OBJECTIVES To evaluate the histomorphometric and immunohistochemical alterations in the uterine cervix of ovariectomized rats treated with soy isoflavones (Iso). METHODS Fifteen adult Wistar rats were ovariectomized (Ovx) and divided into three groups: Group I (Ovx), administered with vehicle solution; Group II (OVX-Iso), administered with concentrated extract of Iso (150 mg/kg) by gavage; and Group III (OVX-E2), treated with 17β-estradiol (10 µg/kg), subcutaneously. After 30 days of treatments, the uterine cervix was fixed in 10% formaldehyde and processed for paraffin-embedding. Sections were stained with Hematoxylin and eosin for morphological and morphometric studies or subjected to immunohistochemistry for detections of Ki-67 and vascular endothelial growth factor-A (Vegf-A). The data obtained were subjected to statistical analysis (p ≤ 0.05). RESULTS We noted an atrophic uterine cervix in GI, whereas it was more voluminous in GII and even more voluminous in GIII. The thickness of the cervical mucosa was significantly higher in GIII, as compared to GI and GII. The cell proliferation (Ki-67) was significantly elevated in the estradiol and isoflavones treated groups, whereas Vegf-A immunoexpression was significantly higher in GIII, as compared to groups GII and GI. CONCLUSIONS Soy isoflavones cause less trophic and proliferative effects in the uterine cervix of rats as compared to estrogen.