RESUMO Leishmania infantum causa leishmaniose visceral (LV) no Novo Mundo. O diagnóstico de LV é confirmado por testes parasitológicos e sorológicos, os quais nem sempre são sensíveis ou específicos. Nosso objetivo foi desenhar novos iniciadores para realizar uma Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para detecção de L. infantum. Sequências do DNA do minicírculo do cinetoplasto (kDNA) foram obtidos do GenBank, e os iniciadores FLC2/RLC2 foram desenhados. Amostras de DNA de L. infantum, Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis, Leishmania guyanensis, Leishmania naiffi, Leishmania lainsoni, Leishmania panamensis, Leishmania major e Trypanosoma cruzi foram usados para padronizar a PCR. PCR com iniciadores FLC2/RLC2 amplificou um fragmento de 230 pb e detectou 0,2 fg de DNA de L. infantum.Das espécies de parasitos analisadas, somente DNA de L. infantum foi amplificado. Após sequenciamento, o fragmento foi analisado no GenBank, que mostrou homologia com L. infantum. Em análises de amostras de sangue e lesão de cão com suspeita clínica de LV, a PCR detectou DNA de L. infantum. Em amostras de lesão de humanos e cães com leishmaniose cutânea, a PCR foi negativa. A PCR padronizada com os iniciadores FLC2/RLC2 mostrou alta sensibilidade e especificidade, sendo técnica promissora para o diagnóstico de LV.
SUMMARY Leishmania infantum causes visceral leishmaniasis (VL) in the New World. The diagnosis of VL is confirmed by parasitological and serological tests, which are not always sensitive or specific. Our aim was to design new primers to perform a Polymerase Chain Reaction (PCR) for detecting L. infantum. Sequences of the minicircle kinetoplast DNA (kDNA) were obtained from GenBank, and the FLC2/RLC2 primers were designed. Samples of DNA from L. infantum, Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis, Leishmania guyanensis, Leishmania naiffi, Leishmania lainsoni, Leishmania panamensis, Leishmania major and Trypanosoma cruzi were used to standardize the PCR. PCR with FLC2/RLC2 primers amplified a fragment of 230 bp and the detection limit was 0.2 fg of L. infantum DNA. Of the parasite species assayed, only L. infantum DNA was amplified. After sequencing, the fragment was aligned to GenBank sequences, and showed (99%) homology with L. infantum. In the analysis of blood samples and lesion biopsy from a dog clinically suspected to have VL, the PCR detected DNA from L. infantum. In biopsy lesions from humans and dogs with cutaneous leishmaniasis, the PCR was negative. The PCR with FLC2/RLC2 primers showed high sensitivity and specificity, and constitutes a promising technique for the diagnosis of VL.