O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de doses crescentes de xisto retortado (XR) sobre características biológicas indicadoras da qualidade do solo. Foram realizados experimentos, em Argissolo Vermelho distrófico arênico, em condições de laboratório e de campo. Em laboratório, os tratamentos consistiram da aplicação ao solo de sete diferentes doses de XR (0, 300, 450, 600, 750, 1.500 e 3.000 kg ha-1). Em campo, os tratamentos foram compostos por quatro diferentes doses de XR (0, 750, 1.500, 3.000 kg ha-1) combinadas à adubação mineral recomendada, avaliados em dois cultivos de feijão (Phaseolus vulgaris L.), no sistema plantio direto. Avaliaram-se: a evolução de CO2, o carbono da biomassa microbiana (CBM), a atividade enzimática do solo e o teste de ecotoxicidade. A aplicação de doses crescentes de XR melhorou a atividade microbiológica do solo, por reduzir a emissão de CO2 sem causar variação no CBM e sem provocar impactos negativos sobre a atividade enzimática do solo. Os resultados obtidos com as enzimas em condições de campo, após duas aplicações de XR, aliados aos de CBM, do quociente metabólico (qCO2) e do teste ecotoxicológico, em condições de laboratório, indicam que o uso do XR não provoca a degradação biológica do solo.
The objective of this study was to assess the effect of increasing doses of retorted oil shale (ROS) application on the biological property indicators of soil quality. Experiments were carried out, under field and laboratory conditions, on a Hapludalf soil. In the laboratory, the treatments consisted of the application of seven different ROS rates (0, 300, 450, 600, 750, 1,500 and 3,000 kg ha-1) to the soil. In the field, the treatments were composed by four different ROS rates (0, 750, 1,500 and 3,000 kg ha-1) combined with the recommended mineral fertilizer rate, evaluated in two croppings of common bean (Phaseolus vulgaris L.), under no-till system. CO2 evolution, microbial biomass carbon (MBC), soil enzyme activity and the ecotoxicity test were evaluated. Application of increasing ROS rates improved the soil microbial activity by decreasing CO2 emission and causing no variations in MBC nor negative impacts on the soil enzymatic activity. The results obtained with the enzymes under field conditions, after two ROS applications, allied to MBC results, and to the metabolic quocient (qCO2) and to the ecotoxicity test, under laboratory conditions, show that the use of ROS cause no soil biological degradation.