Resumo Uma reivindicação central para os movimentos urbanos está associada ao direito à cidade, proposto por Henri Lefebvre, que se apresenta inserido nas discussões e projeções dos direitos humanos e fundamentais. Contudo, pela popularização do direito à cidade, ele encontra-se imerso nos riscos de captura pelos governos e pelos setores imobiliários, esmaecendo o seu potencial reivindicatório. Tais riscos impõem uma redefinição teórica e conceitual. Este artigo, para tanto, propõe um novo enfoque: do direito à cidade ao direito dos lugares, isto é, pensar e conceber as cidades como lugares, por meio das horizontalidades no chão da vida. Trata-se de articular um direito que é relacional entre o mundo e o local, mas horizontal em suas prospectivas como um direito de projetar o presente e o amanhã. Um direito dos lugares, que se realiza nos lugares em que são encontradas as possibilidades para os projetos de sujeitos coletivos e para que os direitos do homem lento se territorializem.
Abstract A central claim to urban social movements is associated with the right to the city, proposed by Henri Lefebvre, as part of the discussions and projections about human and fundamental rights. However, by popularizing the right to the city, it becomes subjected to the risk of capture by governments and real estate sectors, tarnishing its claiming potential. Such risks impose a theoretical and conceptual redefinition. This article, therefore, proposes a new approach: from the right to the city to the right of the places, this is, of thinking and conceiving cities as places, through the horizontalities on life’s ground. It is's about articulating a right that is relational between the world and the local, but horizontal in its prospects as a right to project the present and the tomorrow. A right of places, but realized in places; and in them we doit is possible to find the possibilities for the projects of collective actors subjects and for the rights of the slow man to be territorialized.