Neste texto pretendemos discutir algumas ideias que consideramos relevantes para a Geografia na atualidade e dizem respeito à importância que questões relativas à identidade têm adquirido para a compreensão dos processos e práticas socioespaciais. Nossa reflexão sobre identidade desdobra-se da ideia de fronteira que tomamos como ponto de partida para a discussão. A fronteira, neste caso, é entendida como lugar da alteridade, um território de invenção do outro, onde o indivíduo procura se reconhecer frente à alteridade. Com base nesse percurso teórico, analisamos como tais questões estão presentes e permeiam as concepções de alunos do Ensino Fundamental sobre os povos indígenas de Dourados (MS). A partir da análise de atividades realizadas com alunos do Ensino Fundamental de Dourados (MS), procuramos refletir sobre fronteira, identidade e alteridade. Concluímos que as concepções dos alunos se constroem a partir da distinção entre o “eu” e o “outro”, portanto, da marcação das diferenças existentes entre indígenas e não-indígenas estabelecidas por elementos e parâmetros que permeiam sistemas simbólicos de representação, bem como por formas de exclusão social que envolvem relações de poder.
In this text, we try to discuss some ideas that we consider to be relevant to the Geography in this current period and these ideas take into consideration the importance that the matters relative to the identity have acquired for the understanding of the social-spatial processes and practices. Our reflection on identity is unfolded thanks to the idea of borders that we take as a starting point for this discussion. The border here is understood as a place of otherness, a territory of invention for the other, where the individual seeks to recognize themselves within the otherness. Based on this theoretical route, we analyze how such issues are present and permeate the conceptions of elementary school students about the indigenous peoples of Dourados/MS. Based on the analysis of the activities carried out with students in Dourados/MS, we seek to reflect on borders, identity and otherness. We concluded that the students’ conceptions are constructed due to the distinction between the “I” and the “other”, i.e., the marking of the differences between indigenous and non-indigenous established by elements and parameters that permeate the systems of symbolic representation and also forms of social exclusion involving power relations.
En este texto pretendemos discutir algunas ideas que consideramos relevantes para la Geografía en la actualidad y que se refieren a la importancia últimamente adquirida por cuestiones relativas a la identidad para la comprensión de los procesos y prácticas socioespaciales. Nuestra reflexión sobre la identidad se desarrolla a partir de la idea de frontera que tomamos como punto de partida para la discusión. Se entiende la frontera, en este caso, como el lugar de la alteridad, un territorio de invención del otro, donde el individuo busca reconocerse frente a la alteridad. Con base en ese recorrido teórico, analizamos como tales cuestiones están presentes y permean las concepciones de alumnos de la Enseñanza Fundamental sobre los pueblos indígenas de Dourados (MS). A partir del análisis de actividades realizadas con alumnos de Dourados (MS), buscamos reflexionar sobre frontera, identidad y alteridad. Concluimos que las concepciones de los alumnos se construyen a partir de la distinción entre el “yo” y el “otro”, es decir, a partir de la marcación de las diferencias existentes entre indígenas y no indígenas establecidas por elementos y parámetros que permean sistemas simbólicos de representación, así como por formas de exclusión social que involucran relaciones de poder.