As questões fundiárias do Oeste do Brasil foram marcadas pela dominação e violência na história da ocupação da fronteira. Diferente do texto clássico de F. J. Turner em que a disponibilidade de terras livres na fronteira motivou, não apenas a ocupação do Oeste mas também foi elemento fundamental para a construção da identidade americana (individualismo e democracia), este artigo apresenta as características de isolamento, pobreza estrutural e violência, que marcaram a fronteira no Meio-Oeste brasileiro. Assim, baseados na Western History e no conceito clássico de fronteira, bem como nas apropriações desse conceito pela historiografia brasileira, propomos identificar, por meio da análise documental e em fontes secundárias o estudo da relação entre sociedade, história e natureza na fronteira goiana, com ênfase na cattle frontier e na dominação fundiária que marcou a região entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX.
Land issues in Western Brazil were marked by domination and violence during the history of the frontier's occupation. Unlike the classic text of F. J. Turner, where the availability of free land in the frontier motivated not only the occupation of the West, but also represented a key element for the construction of the North-American identity (individualism and democracy), this paper presents the characteristics of isolation, structural poverty and violence that marked the Brazilian Midwest frontier. Thus, based on Western History and on the classical concept of frontier, as well as its appropriations by the Brazilian historiography, we propose to study, through documentary analysis and secondary sources, the relationship between society, history and nature in the Goiás frontier, with emphasis on the cattle frontier and land dominance that marked the region between the second half of the nineteenth century and the first half of the twentieth century.