OBJETIVOS: Para se evitar o estado asplênico, muitas medidas preservadoras do baço têm sido propostas na literatura, como a esplenorrafia, a esplenectomia parcial com preservação dos vasos hilares e o auto-implante de tecido esplênico. A esplenectomia subtotal, com conservação do pólo superior do baço, nutrido apenas pelos vasos esplenogástricos é uma alternativa quando o pedículo esplênico precisa ser ligado. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência das esplenectomias parcial, subtotal e total na distribuição da Escherichia coli no sistema mononuclear fagocitário. MÉTODO: Foram estudados 32 ratos divididos em 4 grupos: operação simulada (mantendo todo o baço), esplenectomia parcial, esplenectomia subtotal e esplenectomia total. Após cinco semanas da operação, uma alíquota de Escherichia coli marcada com 99m-tecnécio foi injetada por via venosa. Após 20 minutos, os animais foram mortos, e o baço, os pulmões e o fígado foram retirados para se verificar a distribuição das bactérias marcadas. RESULTADOS: A quantidade de Escherichia coli no tecido esplênico foi maior no grupo com o baço íntegro em comparação com os grupos esplenectomia parcial e subtotal. A distribuição da bactéria marcada pelo baço não diferiu nos grupos com esplenectomia parcial ou subtotal. A quantidade de bactérias no pulmão foi maior no grupo esplenectomia parcial do que a do grupo com esplenectomia subtotal. Após esplenectomia subtotal, a distribuição da bactéria marcada foi maior no fígado em comparação com a captação desse órgão nos demais grupos. CONCLUSÕES: O pólo superior do baço, suprido apenas pelos vasos esplenogástricos, tem capacidade de remover da circulação bactérias vivas, mostrando que, mesmo sem a vascularização pelo pedículo esplênico, há uma eficiente depuração sangüínea. A distribuição da Escherichia coli pelo sistema mononuclear fagocitário apresenta comportamentos diferentes, dependendo do tipo de esplenectomia a que o animal é submetido.
BACKGROUND: To avoid asplenic state, many approaches preserving the spleen have been proposed, such as splenorraphy, partial splenectomy with hilum vessels preservation and autotransplantation. Subtotal splenectomy preserving the upper splenic pole supplied only by splenogastric vessels, is an alternative when splenic pedicle cannot be maintained. The purpose of this study is to evaluate the influence of partial, subtotal and total splenectomy on Escherichia coli distribution in mononuclear phagocyte system. METHODS: Thirty-two rats were divided into the following 4 groups: sham operation (no splenectomy), partial splenectomy, subtotal splenectomy and total splenectomy. In the fifth week postoperative, an aliquot of Escherichia coli labelled with technetium-99m was intravenously injected. After 20 minutes, the animals were killed to remove spleen, lungs and liver, in order to verify the labelled bacteria distribution. RESULTS: The amount of Escherichia coli in the splenic tissue was greater in the group with intact spleen. The bacteria uptake by the spleen was not different from partial or subtotal splenectomy groups. The amount of bacteria in the lungs was greater in the partial splenectomy group than in the subtotal group. After subtotal splenectomy, the distribution of labelled bacteria was greater in the liver than in the others all groups. CONCLUSIONS: The upper splenic pole, supplied only by splenogastric vessels, is able to remove alive bacteria from the blood stream, showing that, even in absence of splenic pedicle, blood clearance continues to be effective. The distribution of Escherichia coli in mononuclear phagocyte system shows different behaviors, depending on the type of splenectomy.