INTRODUÇÃO: a infecção do sistema nervoso central permanece como um problema de saúde pública em diversos países, havendo uma relação direta entre pobreza e subdesenvolvimento e taxas mais elevadas de morbidade e mortalidade. As crises convulsivas correspondem a uma das complicações das infecções centrais, representando uma emergência clínica e necessitando investigação neurológica. OBJETIVO: neste artigo nosso objetivo foi descrever a incidência e os fatores de risco para crises convulsivas em crianças com infecções do sistema nervoso central. MÉTODOS: estudo retrospectivo realizado entre 01/10/2007 e 01/10/2008 sendo avaliados todos os pacientes internados com diagnóstico de infecção do sistema nervoso central. Foram excluídos os recém nascidos. Os pacientes foram divididos em GRUPO 1 (sem crise convulsiva) e GRUPO 2 (com crise convulsiva) para análise. RESULTADOS: foram incluídos 731 paciente, 47,75% do sexo masculino, com idade média de 15,7 anos. GRUPO 1 - predomínio de febre (652/92,35%), cefaléia (580/82,15%), vômitos (550/77,90%) e do diagnóstico de meningite viral (657/93,06%). No GRUPO 2 - predomínio de febre (25/100%), vômitos (12/48%), cefaléia (6/24%) e do diagnóstico de encefalite viral (14/56%). Dez (40%) pacientes do GRUPO 2 apresentaram alteração no EEG. A incidência de crise convulsiva foi de 3,42% e houve diferença estatisticamente significativa quanto a idade média (p<0,000069), presença de cefaléia (p<0,0000), vômitos (p<0,0005), rigidez de nuca (p<0,0105) e sonolência (p<0,0265). CONCLUSÕES: crise convulsiva durante o internamento é significativamente mais freqüente nos casos de encefalite viral e meningite bacteriana quando comparado à meningite viral. Quanto menor a idade da criança maior o risco de crise convulsiva durante o internamento. Cefaléia, vômitos, rigidez de nuca e sonolência são mais freqüentes nas crianças com infecção do sistema nervoso central que apresentam crise convulsiva no internamento.
INTRODUCTION: The infections of the central nervous system remain as a public health problem in several countries and there is a direct relation between poverty and underdevelopment with high mortality and morbidity rates. Seizures represents a complication related to infections of the central nervous system, are considered a clinical emergency and requiring neurological investigation. OBJECTIVE: In this article, we propose to describe the incidence and risk factors for seizures in central nervous system infections in childhood. METHODS: a retrospective study was performed between October 2007 and October 2008 and all patients who were hospitalized with the diagnosis of infections of the central nervous system were analyzed. Newborns were excluded. The patients were divided into GROUP 1 (without seizures) and GROUP 2 (with seizures). RESULTS: 731 patients were included, 47.75% males, with average age of 15.7 years. GROUP 1 - with fever (652/92.35%), headache (580/82.15%), vomits (550/77.9%), and viral meningitis predominance (652/93.06%). GROUP 2 - with fever (25/100%), vomits (12/48), headache (6/24%), and viral encephalitis predominance (14/56%). Ten (40%) patients from the GROUP 2 presented EEG alterations. The incidence of seizures was 3.42% and a significant statistical difference was noticed related to mean age (p<0.000069), presence of headache (p<0.0000), vomits (p<0.0005), stiff neck (p<0.0105) and drowsiness (p<0.0265). CONCLUSIONS: the occurrence of seizures during the hospitalization is significantly more frequent in cases of viral encephalitis and bacterial meningitis compared to viral meningitis. The risk of seizures increases in early ages. Headache, vomits, stiff neck and drowsiness are more frequent symptoms in children with infection of the central nervous system who presented seizures during the hospitalization.