INTRODUÇÃO: A densidade larvária de Aedes aegypti flutua de acordo com as variações climáticas sazonais, elevando-se nas estações de maior pluviosidade, em função do número de potenciais criadouros disponíveis, o que predispõe ao aumento da incidência de dengue. Este estudo teve o objetivo de mostrar a associação entre os casos de dengue, a pluviosidade e o índice de infestação predial. MÉTODOS: Os municípios foram estratificados de acordo com transmissão e risco de dengue, e infestados ou não pelo mosquito. Utilizou-se o índice de infestação predial larvário (IIP) como indicador de risco de transmissão. RESULTADOS: Houve correlação positiva entre o IIP, o número de casos de dengue e a pluviosidade. A transmissão da doença foi maior nos quatro primeiros meses de cada ano estudado, período de elevada pluviosidade, diminuindo, nos meses de junho a setembro, época de poucas chuvas. Os casos de dengue mostraram-se contínuos e crescentes nos meses de janeiro a março de cada ano, declinando nos meses de abril e maio, quando ocorreu a interrupção na maioria dos municípios. A região metropolitana de Goiânia foi responsável por mais de 80% dos casos de dengue em Goiás e a transmissão foi contínua em todos os meses, embora baixa no período de maio a dezembro, mas com aumento nos três últimos meses, os quais, normalmente, apresentam índices baixos de transmissão. CONCLUSÕES: A correlação positiva entre o IIP e a pluviosidade, e o IIP e a incidência de casos, apontaram para uma associação significativa crescente na transmissão e no número de casos de dengue.
INTRODUCTION: The larval density of Aedes aegypti fluctuates according to seasonal climatic changes. It rises in seasons with higher rainfall, according to the number of potential breeding sites available, thereby predisposing towards increased incidence of dengue. This study aimed to show the association between dengue cases, rainfall and the building infestation rate. METHODS: The municipalities were stratified according to the risk and transmission of dengue, and according to presence or absence of mosquito infestation. We used the building larval infestation rate as an indicator for the risk of transmission. RESULTS: There was a positive correlation between the building infestation rate, number of dengue cases and rainfall. Disease transmission was greater during the first four months of each year studied (period of high rainfall) and lower between June and September (season with low rainfall). Dengue cases occurred continually and in increased numbers between January and March of each year, and then declined in the months of April and May, when it ceased in most municipalities. The metropolitan region of Goiânia was responsible for more than 80% of the dengue cases in Goiás. Transmission was continuous throughout the year, although lower during the period from May to December. Over the last three months, there was increased transmission, but usually still at low rates. CONCLUSIONS: The positive correlation between the building infestation rate and rainfall, and between this rate and the incidence of cases, indicated a significant association between increasing transmission and increasing numbers of dengue cases.