Resumo O presente artigo analisa como as históricas tensões sociais em Moçambique foram narradas no curta-metragem cubano Maputo, meridiano novo, dirigido por Santiago Álvarez em 1976. A obra utiliza imagens de arquivo e registros do cinegrafista Julio Simoneau, de Cuba, feitos no pós-independência. Estes últimos denunciam a continuidade da exclusão social em Maputo, herdada do período colonial. Pelo lado musical, o curta se vale de um variado repertório, como a versão jazzística do tema de 2001: Uma odisseia no espaço (Stanley Kubrick, 1968) e um samba carnavalesco, utilizados como dispositivos irônicos pelo relato. O resultado na mise-en-scène é de um documentário propositalmente curto que, por um lado, endossa o "roteiro da libertação" (João Paulo Borges Coelho) difundido pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, por outro, expõe as fissuras do tecido social moçambicano, gerando diversas tensões na fatura estética da obra.
Abstract This article analyzes how the historical tensions in Mozambique were narrated in the Cuban short film Maputo, meridian novo, directed by Santiago Álvarez in 1976. The film uses archive images and records of the Cuban cameraman Julio Simoneau, made in the post-independence. The latter denounce the continuation of social exclusion in Maputo, inherited from the colonial period. On the musical side, the short uses a varied repertoire, like the jazz version of the music of 2001: A space odyssey (Stanley Kubrick, 1968) and a carnival samba, used as ironic devices by the narrative. The result in mise-en-scène is a purposely short documentary that on the one hand endorses the "liberation script" (João Paulo Borges Coelho) defended by the Liberation Front of Mozambique (Frelimo) and, on the other hand, exposes the fissures of social body, generating several tensions in the aesthetic side of the film.
Resumen El presente artículo analiza cómo las históricas tensiones sociales en Mozambique fueron narradas en el cortometraje cubano Maputo, meridiano novo, dirigido por Santiago Álvarez en 1976. La obra utiliza imágenes de archivo y registros del camarógrafo Julio Simoneau, de Cuba, posterior a la independencia. Estos últimos denuncian la continuidad de la exclusión social en Maputo, heredada del período colonial. Por el lado musical, el corto se vale de un variado repertorio, como la versión jazzística de la banda sonora de 2001: Odisea del espacio (Stanley Kubrick, 1968) y un samba, utilizados como dispositivos irónicos por el relato. El resultado en la mise-en-scène es de un documental intencionalmente corto que por un lado endosa el "liberation script" (João Paulo Borges Coelho) difundido por el Frente de Liberación de Mozambique (Frelimo) y por el otro expone las fisuras del tejido social mozambiqueño, generando diversas tensiones en la factura estética de la obra.