A adequação das características do genótipo com as do sistema de manejo é importante para incrementar a eficiência técnica e econômica da produção de milho no sul do Brasil. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o rendimento de grãos e a margem bruta obtida com a utilização de cultivares de milho com diferentes variabilidades genéticas em sistemas de produção contrastantes quanto ao investimento em manejo. O trabalho foi conduzido em Lages, SC, utilizando o delineamento de blocos ao acaso com parcelas subdivididas. Na parcela principal, testaram-se quatro sistemas de produção equivalentes a baixo (S1), médio (S2), alto (S3) e muito alto (S4) nível de manejo. Nas subparcelas, avaliaram-se três cultivares: o híbrido simples Pioneer 32R21 (HS), o híbrido duplo Traktor (HD) e a variedade de polinização aberta BRS Planalto (VPA). Os sistemas de manejo diferiram entre si quanto à quantidade e à época de aplicação dos fertilizantes, quanto à densidade de semeadura, do espaçamento entre linhas e à suplementação hídrica. Os ensaios foram implantados em 20/11/2002 e 22/10/2003, no sistema de semeadura direta. Independentemente de cultivar, o rendimento de grãos e a margem bruta aumentaram com o maior investimento em práticas de manejo, variando, respectivamente, de 1.787 (S1) a 13.848kg ha-1(S4) e de 206,00 (S1) a 2.937,00R$ ha-1 (S4), dependendo da cultivar e do ano agrícola. A maior variabilidade genética da cultivar BRS Planalto não lhe assegurou rendimento de grãos superior ao dos híbridos nos sistemas com baixo investimento em insumos (S1). As cultivares híbridas foram mais produtivas e mais rentáveis do que a BRS Planalto em S2. A utilização do híbrido simples propiciou rendimento de grãos e margem bruta maiores do que as demais cultivares em S3 e S4, demonstrando que é possível associar máxima eficiência técnica e econômica com alto teto rendimento, desde que se tenha condições para investir em práticas culturais que otimizem a performance agronômica e o potencial produtivo da cultivar.
The optimization of maize production systems in southern Brazil depends on the adequate combination between genotype traits and the type of management system. This work was carried out aiming at evaluating the grain yield and gross income of maize cultivars with contrasting genetic variability at different management levels. The experiment was conducted in Lages, SC, using randomized block design with split-plots. Four production systems, equivalent to low (S1), medium (S2), high (S3) and very high (S4) management levels were tested in the main plots. The single-cross hybrid Pioneer 32R21, the double cross hybrid Traktor, and the open-pollinated variety BRS Planalto were assessed in the split-plots. The management systems differed in relation to the quantity and timing of fertilizer application, plant density, row spacing, and water irrigation. The trials were sown in 11/20/2002 and 10/22/2003, under the no-till soil tillage system. Regardless cultivar, maize grain yield and gross income increased with the enhancement in management level, ranging from 1,781 (S1) to 13,848 (S4)kg ha-1 and from 206,00 (S1) to 2,937,00 (S4)R$ ha-1, depending on the cultivar and growing season. The larger genetic variability of the cultivar BRS Planalto did not improve its grain yield when compared to the hybrids in S1. The hybrids were more productive and profitable than the open pollinated variety in S2. The use of a single-cross hybrid promoted the greatest grain yield and gross income in S3 and S4, showing that it is possible to match maximum technical and economic efficiency with a high yield plateau, as long as there is financial condition to invest in cultural practices that optimize maize agronomic performance and genetic potential to explore them.