Resumos O livro Hysteria: The History of a Disease, da historiadora germano-americana Ilza Veith, publicado em 1965, representou certamente um marco na historiografia da histeria. Elogiado inicialmente como uma obra inovadora e sem precedentes em sua abrangência e erudição, tornou-se com o tempo objeto de múltiplas críticas com relação a suas omissões, ao viés psicanalítico e ao caráter teleológico de sua abordagem. O objetivo deste artigo é ponderar essas avaliações contrastantes e discutir a significação histórica do livro de Veith com base em uma perspectiva contemporânea. Para tanto, traça-se um breve panorama da situação dos estudos históricos sobre a histeria antes de Veith. A seguir, é feita uma apresentação descritiva e crítica de seu trabalho, discutem-se certos aspectos de sua recepção e, a título de conclusão, ensaia-se uma avaliação de sua contribuição e de seu legado para esse campo de pesquisas.
The 1965 book Hysteria: The History of a Disease, by the German American historian Ilza Veith, certainly represented a milestone in the historiography of hysteria. Praised at first as an innovative work, unprecedented in its comprehensiveness and scholarship, it became, over time, object of multiple criticisms regarding its omissions, its psychoanalytic bias, and the teleological character of its approach. This article aims at pondering these contrasting assessments and discussing the historical significance of Veith’s work from a contemporary perspective. To this end, a brief overview of historical studies on hysteria before Veith is outlined. This overview is followed by a descriptive and critical presentation of her work, a discussion of certain aspects of its reception and, as conclusion, an evaluation of her contribution and legacy to this research field.
El libro Hysteria: The History of a Disease, de la historiadora germano-estadounidense Ilza Veith, publicado en 1965, representó, sin duda alguna, un marco en la historiografía de la histeria. Elogiada inicialmente como una obra innovadora y sin precedentes por su amplitud y erudición, con el tiempo se convirtió en objeto de múltiples críticas por sus omisiones, por el sesgo psicoanalítico y por el carácter teleológico de su enfoque. El objetivo de este artículo es ponderar estas evaluaciones contrastantes y discutir la importancia histórica del libro de Veith desde una perspectiva contemporánea. Para ello, se traza un breve recorrido por el estado de los estudios históricos sobre la histeria anteriores a Veith. A continuación, se realiza una presentación descriptiva y crítica de su obra, se discuten algunos aspectos de su recepción y, a modo de conclusión, se ensaya una evaluación de su contribución y legado a este campo de investigación.
Le livre Hysteria: The History of a Disease, de l’historienne germano-américaine Ilza Veith, publié en 1965, a certainement représenté un tournant dans l’historiographie de l’hystérie. D’abord acclamée comme une œuvre innovante et sans précédent par son exhaustivité et son érudition, elle est devenue au cours du temps l’objet de multiples critiques concernant ses omissions, son parti pris psychanalytique et le caractère téléologique de sa démarche. L’objectif de cet article est de réfléchir sur ces évaluations contrastées et de discuter de l’importance historique du livre de Veith dans une perspective contemporaine. À cette fin, on fournit d’abord un bref aperçu de l’état des études historiques sur l’hystérie avant Veith et ensuite une présentation descriptive et critique de son travail. On discute d’ailleurs certains aspects de sa réception et, en guise de conclusion, on présente une évaluation de sa contribution et de son héritage dans ce domaine de recherche.