RESUMO Objetivo: Determinar o impacto do uso de unidade móvel no acesso à saúde ocular e avaliar o perfil da população que necessita de cuidados oftalmológicos, as doenças oculares mais frequentes e o tratamento. Métodos: Estudo transversal realizado em 14 municípios da região sudoeste do Estado de São Paulo utilizando uma unidade móvel oftalmológica. Os participantes eram usuários do Sistema Único de Saúde que procuraram atendimento oftalmológico, sem restrição quanto a idade, gênero ou condição socioeconômica. Os dados foram transferidos para a tabela Excel para análise estatística. Resultados: Participaram do estudo 6.878 pessoas, com média de idade de 44 anos (variação de 4 meses a 96 anos) e 65,5% eram mulheres. Erros refrativos estavam presentes em 78,6% dos participantes, catarata em 9,6% e pterígio em 8,3%. Para 60% foram prescritos óculos, para 10% foi mantida a correção óptica em uso e para 28% foram necessárias apenas orientações. Exames especializados ou procedimentos cirúrgicos foram indicados para 18,1% dos casos que foram encaminhados para tratamento em serviço terciário. Dentre os pacientes referenciados, 36,4% necessitavam de cirurgia oculoplástica ou para tratar afecções externas do olho e 31,8%, de cirurgia de catarata. Conclusão: A grande maioria dos pacientes que procurou atendimento na unidade móvel necessitava de prescrição de óculos. A unidade móvel oftalmológica possui alto grau de resolutividade para os problemas oculares, com oportunidade de tratar os erros refrativos e referenciar os pacientes que necessitam de atendimento especializado, geralmente relacionado a condições cirúrgicas. Unidades móveis podem ser uma alternativa aos cuidados oftalmológicos básicos, melhorando o acesso, atuando na promoção da saúde ocular e prevenindo a cegueira.
ABSTRACT Purpose: The goal of this study was to determine the impact of a mobile eye health unit on access to eye care and to generate a profile of the population requiring ophthalmic care by age, nature of their ophthalmic diseases, and optimal management. Methods: The study was conducted in 14 cities in the southwest region of São Paulo, Brazil. Subjects included individuals who participate in the Brazilian Unified Health System who were in need of eye care. There were no restrictions on age, gender or socioeconomic status. Data was transferred to an Excel table for statistical analyses. Results: We evaluated 6,878 participants in this survey with mean age of 44 years (range 4 months to 96 years); 65.5% were female. Among the diagnoses, 78.6% presented with refractive errors, 9.6% presented with cataracts and 8.3% presented with pterygium. New corrective lenses were prescribed for 60.9% of the participants; 10% retained their existing lenses, ~28% required counseling only and18.1% of the participants were referred to a tertiary facility for specialized exams and/or surgical procedures. Of the participants who required outside referrals, 36.4% required oculoplastic/external eye surgery and 31.8% required cataract surgery. Conclusion: The vast majority of patients presenting to a mobile eye health unit required prescriptions for corrective lenses. The rate of detection of ocular disorders was relatively high and the mobile unit provided effective treatment of refractive errors and referrals for specialized ophthalmic examinations and procedures. A mobile eye health unit can be an effective alternative method for improving access to basic eye care, for promoting eye health education and preventing blindness.