RESUMO Avaliou-se, por meio de análise sensorial e instrumental, o efeito da adição de caroço de algodão à dieta de bovinos confinados sobre as características da carne e da gordura. Foram avaliadas a impressão global, a textura, a cor da carne e a cor da gordura. Trinta touros da raça Nelore, com médias de idade e peso vivo inicial de 30 ± 6 meses e 382,7 ± 28,4kg, foram confinados e receberam dietas com os seguintes teores de caroço de algodão: 0; 2,22%; 4,44%; 6,66%; 8,88%; 11,11% na matéria seca da dieta. O caroço de algodão utilizado neste experimento apresentou conteúdo médio de 4,5g de gossipol livre/kg de caroço de algodão. A impressão global da carne, avaliada por meio de teste triangular de diferença, mostrou que mais de 62% dos provadores não perceberam diferença significativa (P>0,01) entre as amostras. A textura da carne assada avaliada por meio do teste de força de cisalhamento variou de 6,00 a 6,54kg. Na análise do perfil de textura (TPA) da carne assada, a dureza, a elasticidade e a mastigabilidade variaram, respectivamente, de 24,15 a 28,01N, de 0,52 a 0,56N e de 8,42 a 11,01N. Na TPA da carne crua, variaram, respectivamente, de 9,51 a 13,86N, de 0,26 a 0,29N e de 1,38 a 1,81N. Na avaliação da cor da carne, a luminosidade, a intensidade de vermelho e a intensidade de amarelo da cor da carne variaram, respectivamente, de 37,71 a 42,85, de 20,68 a 25,25 e de 6,74 a 8,61. E para a cor da gordura, variaram, respectivamente, de 62,26 a 63,78, de 11,13 a 11,62 e de 10,53 a 10,86. A textura, a cor da carne e a cor da gordura não apresentaram diferenças significativas (P>0,05) entre os diferentes tratamentos. O consumo de caroço de algodão em até 1,13kg/animal/dia, que resultou no consumo de 5,05g de gossipol livre/animal/dia, em substituição ao farelo de soja e ao grão de milho triturado, não causou alterações significativas nas características da carne quanto à impressão sensorial global, à textura, à cor da carne e à cor da gordura.
ABSTRACT Sensory and instrumental analyses evaluated the meat and fat characteristics of feedlot-finished steers fed a diet containing cottonseed. Global impression, texture, meat color, and fat color were assessed. Thirty Nellore bulls with an average age of 30 ± 6 months and initial body weight of 382.7 ± 28.4kg were kept in feedlot stalls and fed the following cottonseed levels: 0; 2.22 %; 4.44 %; 6.66 %; 8.88 %; 11.11 % of the dietary dry matter. The cottonseed used in this experiment had an average free gossypol content of 4.5g/kg of cottonseed. The overall impression of the samples, assessed by the triangle test for difference, did not differ for more than 62 % of the panelists (P>0.01). The shear strength of roasted meat varied from 6.00 to 6.54kg. According to texture profile analysis (TPA), the hardness, springiness, and chewiness of roast meat ranged from 24.15 to 28.01 N, 0.52 to 0.56, 8.42 to 11.01 N, respectively; of raw meat, 9.51 to 13.86 N, 0.26 to 0.29, and 1.38 to 1.81 N, respectively. The different treatments did not affect meat texture, meat color, or fat color (P>0.05). Meat color, luminosity, and red intensity ranged from 37.71 to 42.85, 20.68 to 25.25, and 6.74 to 8.61, respectively; fat color, luminosity, and yellow intensity ranged from 62.26 to 63.78, 11.13 to 11.62, and 10.53 to 10.86, respectively. Cottonseed intake of up to 1.13kg/animal/day, equivalent to a free gossypol intake of 5.05g/animal/day, in place of soybean meal and ground corn, did not significantly change the global sensory impression, texture, and color of the meat and fat.