A obtenção de dados epidemiológicos é de fundamental importância para o estabelecimento de políticas em Saúde Pública. No Brasil, essas informações são escassas, principalmente na região Nordeste. Para se obter alguns destes dados, avaliamos a soroprevalência de algumas infecções de transmissão perinatal, em cerca de 1024 gestantes de baixa renda, em Salvador, Bahia. Os resultados encontrados foram os seguintes: HIV-1 (0,10%), HTLV-I/II (0,88%), T.cruzi (2,34%), T.pallidum (3,91%), vírus da rubéola (77,44%), IgM e IgG para T.gondii (2,87% e 69,34%, respectivamente), e antígenos e anticorpos de superfície (HBs Ag e anti-HBs) do vírus da hepatite B (0,6% e 7,62%, respectivamente). A prevalência de HTLV-I/II foi nove vezes maior do que aquela observada para o HIV-1. Constatou-se um decréscimo na prevalência das infecções causadas pelos T.cruzi e o vírus da hepatite B, em relação a anos anteriores, enquanto na infecção pelo T.gondii houve um aumento. Em função dos dados encontrados recomendamos que em Salvador, testes de triagem para HTLV-I, IgM, para T.gondii, T.pallidum e o vírus da rubéola, sejam feitos como rotina prenatal, e que triagens para T.cruzi, hepatite B e HIV-1 sejam feitas quando estiverem presentes fatores de risco associados a estas infecções. Entretanto, em áreas com altas taxas de prevalência para estas infecções, a triagem no prenatal deve ser considerada.
Generation of epidemiological data on perinatally-transmitted infections is a fundamental tool for the formulation of health policies. In Brazil, this information is scarce, particularly in Northeast, the poorest region of the country. In order to gain some insights of the problem we studied the seroprevalence of some perinatally-transmitted infections in 1,024 low income pregnant women in Salvador, Bahia. The prevalences were as follow: HIV-1 (0.10%), HTLV-I/II (0.88%), T.cruzi (2.34%). T.pallidum (3.91%), rubella virus (77.44%). T.gondii IgM (2.87%) and IgG (69.34%), HBs Ag (0.6%) and anti-HBs (7.62%). Rubella virus and T.gondii IgG antibodies were present in more than two thirds of pregnant women but antibodies against other pathogens were present at much lower rates. We found that the prevalence of HTLV-I/II was nine times higher than that found for HIV-1. In some cases such as T.cruzi and hepatitis B infection there was a decrease in the prevalence over the years. On the other hand, there was an increase in the seroprevalence of T.gondii infection. Our data strongly recommend mandatory screening tests for HTLV-I/II, T.gondii (IgM), T.pallidum and rubella virus in prenatal routine for pregnant women in Salvador. Screening test for T.cruzi, hepatitis and HIV-1 is recommended whenever risk factors associated with these infections are suspected. However in areas with high prevalence for these infections, the mandatory screening test in prenatal care should be considered.