Plântulas de Ipomoea pes-caprae ocorreram em nove das dez praias estudadas na Ilha de Santa Catarina, SC, e em 21 das 30 manchas monitoradas, não ocorrendo na praia de menor extensão. Suas densidades variaram de 0 a 5,2 plântulas m², sendo estas diferenças em parte explicadas pela densidade de sementes viáveis no solo. A sobrevivência de plântulas foi baixa, 0,6%, se considerarmos as 2.823 plântulas acompanhadas em três anos. Os principais fatores de morte foram a erosão e o soterramento marinhos. Nenhuma plântula sobreviveu no setor de alta praia (n = 2684). Houve sobrevivência em duna frontal, sob mancha estabelecida (0,8%, n = 119), em área em recolonização, onde os indivíduos foram parcialmente removidos (80,0%, n = 20) e em áreas recentes, reconstruídas após a remoção total da população (quatro plântulas observadas) onde atingiram o maior desenvolvimento. Experimentos mostraram que plântulas com um mês de idade não toleram soterramentos de 10 cm. Com 5 cm, 50,0% sobrevive, mas mostra menor número de folhas, menor biomassa e menor alocação à formação de raízes e caule. Todas as plântulas de Ipomoea pes-caprae estabelecidas, o fizeram em período sem erosão costeira, sendo esta duração da estabilidade do hábitat um fator chave para a regeneração de Ipomoea pes-caprae.
Seedlings of Ipomoea pes-caprae occurred on nine of the beaches studied (n = 10) at Santa Catarina Island, (State of Santa Catarina) and in 21 monitored patches (n = 30); it did not occur at the smallest beach. Seedling densities varied from 0 to 5.2 m², and these differences are in part explained by viable seed bank densities. Seedling survival was low (0.6%) considering the 2823 plants monitored over three years. The main causes of death were wave erosion and burial. No seedlings survived at the beach zone (n = 2684). Seedlings survived in the fore dune, in patches of Ipomoea pes-caprae (0.8%, n = 119), in recolonization areas where Ipomoea pes-caprae was partially removed (80.0%, n = 20) and in recent dune areas, which were reconstructed after intense wave erosion (four seedlings observed). Seedling growth was greatest at the latter. Experiments showed that one-month-old seedlings did not tolerate burial in 10 cm of sand. When buried by 5 cm of sand, 50.0% of the seedlings survived, but these had fewer leaves, lower biomass and lower allocation to root and shoot development. All established seedlings of Ipomoea pes-caprae were recruited in a period without wave erosion; habitat stability was a key factor in Ipomoea pes-caprae regeneration.