O objetivo foi avaliar os fatores sociodemográficos e clínicos relacionados à falta de assistência hospitalar em óbitos por doença cerebrovascular (DCV) e DCV hemorrágica, no Estado de São Paulo, Brasil, nos triênios 1996-1998 e 2013-2015. Foram utilizados dados dos óbitos provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Para analisar a associação entre a falta de atendimento hospitalar e as variáveis consideradas no estudo utilizou-se a regressão de Poisson. Dos 127.319 indivíduos que morreram por DCV nos dois triênios, 19.362 (15,2%) não tiveram assistência hospitalar. A falta de atendimento hospitalar em óbitos por DCV manteve-se praticamente inalterada para as características sociodemográficas e clínicas, exceto a distribuição por sexo. No período mais recente, identificou-se maior risco de óbito por DCV sem assistência hospitalar entre indivíduos de cor da pele amarela (RR = 1,48), já em pessoas de cor preta (RR = 0,85), parda (RR = 0,86), nos casados (RR = 0,70), naqueles que residiam no Município de São Paulo (RR = 0,92), nos que tiveram assistência médica (RR = 0,17) e naqueles acometidos pela DCV hemorrágica (RR = 0,47) o risco de óbito sem assistência hospitalar foi menor. Além disso, a falta de atendimento hospitalar em óbitos por DCV hemorrágica foi menor entre os casados (RR = 0,67), naqueles que residiam no Município de São Paulo (RR = 0,74) e nos que tiveram assistência médica (RR = 0,08). As características sociodemográficas e clínicas estiveram associadas com a falta de assistência hospitalar em óbitos por DCV e DCV hemorrágica, sugerindo que há diferenças no atendimento ao paciente com DCV.
The objective was to assess sociodemographic and clinical factors related to the lack of hospital care in deaths from ischemic and hemorrhagic cerebrovascular disease (CVD) in the state of São Paulo, Brazil, in 1996-1998 and 2013-2015. The study used data on deaths from the Mortality Information System. Poisson regression was used to analyze the association between lack of hospital care and the study variables. Of the 127,319 individuals that died of CVD in the two three-years periods, 19,362 (15.2%) had failed to receive hospital care. Lack of hospital care in deaths from CVD remained practically unchanged in relation to sociodemographic and clinical characteristics, except for distributions by sex. The more recent three-year period showed higher risk of death from CVD without hospital care among Asian-descendant individuals (RR = 1.48), while lower risk of death from CVD without hospital care in the more recent period was associated with black color (RR = 0.85), brown color (RR = 0.86), married individuals (RR = 0.70), those living in the capital city of São Paulo (RR = 0.92), those who received medical care (RR = 0.17), and those with hemorrhagic CVD (RR = 0.47). In addition, lack of hospital care in deaths from hemorrhagic CVD was lower among married individuals (RR = 0.67), those living in the capital city of São Paulo (RR = 0.74), and those who received medical care (RR = 0.08). Sociodemographic and clinical characteristics were associated with the lack of hospital care in deaths from ischemic and hemorrhagic CVD, suggesting that there are differences in care for CVD patients.
El objetivo fue evaluar factores sociodemográficos y clínicos, relacionados con la falta de asistencia hospitalaria en óbitos por enfermedad cerebrovascular (ECV) y ECV hemorrágica, en el Estado de São Paulo, Brasil, durante los trienios 1996-1998 y 2013-2015. Se utilizaron datos de los óbitos procedentes del Sistema de Informaciones sobre Mortalidad. Para analizar la asociación entre la falta de atención hospitalaria y las variables consideradas en el estudio se utilizó la regresión de Poisson. De los 127.319 individuos que murieron por ECV en los dos trienios, 19.362 (15,2%) no tuvieron asistencia hospitalaria. La falta de atención hospitalaria en óbitos por ECV se mantuvo prácticamente inalterada, respecto a las características sociodemográficas y clínicas, excepto en la distribución por sexo. En el período más reciente se identificó un mayor riesgo de óbito por ECV sin asistencia hospitalaria entre individuos de ascendencia asiática (RR = 1,48), mientras que en personas afrodescendientes (RR = 0,85), mestizos (RR = 0,86), casados (RR = 0,70), en aquellos que residían en el municipio de São Paulo (RR = 0,92), en quienes contaron con asistencia médica (RR = 0,17) y en aquellos afectados por la ECV hemorrágica (RR = 0,47), el riesgo de muerte sin asistencia hospitalaria fue menor. Además, la falta de atención hospitalaria en fallecimientos por ECV hemorrágica fue menor entre los casados (RR = 0,67), en aquellos que residían en el municipio de São Paulo (RR = 0,74) y en los que contaron asistencia médica (RR = 0,08). Las características sociodemográficas y clínicas se asociaron con la falta de asistencia hospitalaria en óbitos por ECV y ECV hemorrágica, sugiriendo que existen diferencias en la atención al paciente con una ECV.