JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) são drogas muito utilizadas em estados hipertensivos e insuficiência cardíaca. Seu uso prolongado pode acarretar instabilidade hemodinâmica com episódios hipotensivos durante a indução anestésica. O objetivo deste estudo é comparar a incidência de hipotensão arterial em pacientes cronicamente tratados com IECA com pacientes não tratados com IECA, quando submetidos à anestesia para cirurgia de revascularização do miocárdio. MÉTODO: Participaram do estudo 50 pacientes, estado físico ASA II, III e IV, divididos em dois grupos: Grupo 1 - pacientes tratados com IECA por mais de dois meses e Grupo 2 - pacientes que não fazem uso de IECA. Os parâmetros avaliados foram pressão arterial média (PAM), freqüência cardíaca (FC), sendo anotados os menores valores da PAM e FC verificados em diferentes períodos da anestesia, e análise do segmento ST em D II e V5. Durante a CEC, foi determinada a resistência vascular sistêmica. RESULTADOS: A incidência de hipotensão arterial em pacientes anestesiados em uso de IECA foi maior do que no grupo controle em vários períodos da anestesia, mas principalmente na indução anestésica. Neste grupo foi necessário o uso de dopamina por tempo mais prolongado. Dos 26 pacientes tratados previamente com IECA, 23% necessitaram de drogas para correção da hipotensão desde a indução até a CEC e 19,1% em outros períodos da anestesia, perfazendo um total de 42,3%. No grupo controle nenhum paciente necessitou infusão contínua de drogas para aumentar a pressão arterial sistêmica, da indução até a CEC. Porém, 21% dos pacientes deste grupo necessitaram dopamina ou araminol em um ou mais períodos da anestesia. CONCLUSÕES: Neste estudo, os pacientes tratados com IECA, por tempo prolongado, apresentam maior incidência de hipotensão arterial na indução anestésica, necessitando, com maior freqüência, de drogas para manter a pressão arterial sistêmica em níveis adequados.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Angiotensin-converting enzyme inhibitors (ACEI) are widely used in hypertension and heart failure. Their prolonged use may lead to hemodynamic instability and hypotension during anesthetic induction. This study aimed at comparing the incidence of hypotension in patients chronically treated and non treated with ACEI, submitted to anesthesia for myocardial revascularization. METHODS: Participated in this study 50 patients, physical status ASA II, III and IV, who were distributed in two groups: Group 1 - patients treated with ACEI for more than two months. Group 2 - patients not treated with ACEI. Parameters evaluated were mean blood pressure (MBP), heart rate (HR), and analysis of the ST segment in D II and V5. Systemic vascular resistance was determined during CPB. RESULTS: The incidence of arterial hypotension in anesthetized patients under ACEI was higher than in the control group in several anesthetic moments, but was predominant during anesthetic induction. This group needed dopamine for longer periods. From the 26 patients previously treated with ACEI, 23% needed drugs to correct hypotension from induction to CPB, and 19.1% in other anesthetic periods, totaling 42.3%. No control group patient needed drug infusion to increase systemic blood pressure, from induction to CPB. However, 21% of patients in this group needed dopamine or araminol in one or more anesthetic moments. CONCLUSIONS: In our study, patients treated whit ACEI for prolonged periods had a higher incidence of hypotension on anesthetic induction, requiring more drugs to maintain systemic pressure in adequate levels.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Los inhibidores de la enzima conversora de la angiotensina (IECA) son drogas muy utilizadas en estados hipertensivos e insuficiencia cardíaca. Su uso prolongado puede ocasionar instabilidad hemodinámica con episodios hipotensivos durante la inducción anestésica. El objetivo de este estudio es comparar la incidencia de hipotensión arterial en pacientes crónicamente tratados con IECA con pacientes no tratados con IECA, cuando sometidos a anestesia para cirugía de revascularización del miocardio. MÉTODO: Participaron del estudio 50 pacientes, estado físico ASA II, III y IV, divididos en dos grupos: Grupo 1 - pacientes tratados con IECA por mas de dos meses y Grupo 2 - pacientes que no hacen uso de IECA. Los parámetros evaluados fueron presión arterial media (PAM), frecuencia cardíaca (FC), siendo anotados los menores valores de la PAM y FC verificados en diferentes períodos de la anestesia, y análisis del segmento ST en D II y V5. Durante la CEC, fue determinada la resistencia vascular sistémica. RESULTADOS: La incidencia de hipotensión arterial en pacientes anestesiados en uso de IECA fue mayor de que en el grupo control en varios períodos de la anestesia, mas principalmente en la inducción anestésica. En este grupo fue necesario el uso de dopamina por tiempo más prolongado. De los 26 pacientes tratados previamente con IECA, 23% necesitaron de drogas para corrección de la hipotensión desde la inducción hasta la CEC y 19,1% en otros períodos de la anestesia, haciendo un total de 42,3%. En el grupo control ningún paciente necesitó infusión continua de drogas para aumentar la presión arterial sistémica, de la inducción hasta la CEC. Más, 21% de los pacientes de este grupo necesitaron dopamina o araminol en un o mas períodos de la anestesia. CONCLUSIONES: En este estudio, los pacientes tratados con IECA, por tiempo prolongado, presentaron mayor incidencia de hipotensión arterial en la inducción anestésica, necesitando, con mayor frecuencia, de drogas para mantener la presión arterial sistémica en niveles adecuados.