OBJETIVO: Verificar o efeito de duas abordagens de treinamento vocal em estudantes de Fonoaudiologia, uma direta e outra indireta.MÉTODOS: Participaram 25 estudantes de Fonoaudiologia, do gênero feminino, divididas em dois grupos: treinamento direto com exercícios vocais - GTD (n=13), e treinamento indireto com orientações vocais - GTI (n=12). Os treinamentos foram conduzidos pela mesma fonoaudióloga em seis sessões, com frequência de uma sessão de 30 minutos por semana. Ambos os grupos passaram por avaliação multidimensional da voz, pré e pós-treinamento: autoavaliação vocal; Escala de Sintomas Vocais (ESV); análise perceptivo-auditiva da vogal sustentada e da fala encadeada; análise acústica da voz por meio do Perfil de Extensão Vocal (PEV) e Perfil de Extensão de Fala (PEF); e questionário de Clima de Grupo, este somente ao final do treinamento.RESULTADOS: O GTD apresentou modificações para: análise perceptivo-auditiva da vogal, que ficou menos desviada após o treinamento; ampliação da extensão de voz no PEV e PEF, o que comprova melhor rendimento vocal. Porém, o GTI não mostrou mudanças em nenhum parâmetro avaliado. No Clima de Grupo, o GTI obteve maior escore conflito do que o GTD, pois provavelmente a abordagem indireta não favoreceu trocas no grupo e não permitiu uma interação de melhor qualidade.CONCLUSÃO: A abordagem direta proporcionou maiores benefícios às estudantes do que a abordagem indireta, com modificação significativa da qualidade vocal, e pode servir de inspiração aos cursos de Fonoaudiologia a fim de prevenir as disfonias.
PURPOSE: To verify the effect of two approaches of vocal training in Speech Language Pathology and Audiology students, a direct and an indirect approach.METHODS: Participants were 25 female Speech Language Pathology and Audiology students divided into two groups: direct training with vocal exercises, DTG (n=13); and indirect training with vocal orientations, ITG (n=12). The training sessions were conducted by the same speech language pathologist in six weekly sessions of 30 minutes. Both groups underwent multidimensional voice assessment, pre- and post-training: vocal self-assessment; Vocal Symptoms Scale (VSS); auditory perceptual analysis of sustained vowel and connected speech; acoustic analysis of voice through the Vocal Range Profile (VRP) and Speech Range Profile (SRP); and Group Climate Questionnaire, only at the end of training.RESULTS: The DTG showed changes in auditory perceptual analysis of vowel, which was less diverted after training; and expansion of the voice range in the VRP and SRP, which proves best vocal performance. However, the ITG showed no changes in any of the parameters evaluated. In Group Climate, the ITG obtained the highest conflict score in comparison to the DTG, probably because the indirect approach did not favor exchange in the group and did not allow a better quality interaction.CONCLUSION: The direct approach provided greater benefits to students than the indirect approach, with significant change in voice quality, and can serve as inspiration to Speech Language Pathology and Audiology courses to prevent dysphonia.