Resumo Inspirado na Teoria Social Crítica da Escola de Frankfurt, Andrew Linklater dedicou parte de sua carreira a formular a teorização de uma agenda de pesquisa crítica e emancipatória para as Relações Internacionais. Entretanto, sua recente pesquisa sobre processos de restrição da violência na sociedade internacional, influenciada principalmente pela Escola Inglesa e pela Sociologia Eliasiana, afastou Linklater de um envolvimento explícito com epistemologias e abordagens teóricas críticas. Embora haja uma possibilidade de diálogo estreito entre estas vertentes teóricas, argumentamos que Linklater não articulou estas abordagens tanto quanto poderia ter feito. Portanto, fazemos uma avaliação de seu trabalho para discutir suas inconsistências epistemológicas e teóricas. Com base nisso, fornecemos uma forma de criar pontes entre a agenda crítica inicial de Linklater e suas mais recentes análises sobre processos de restrição da violência e regulação de danos globais no âmbito internacional. Argumentamos que ao se concentrar em múltiplos processos globais que contribuíram para a restrição da violência, Linklater não considerou as particularidades, armadilhas e efeitos colaterais de processos supostamente benéficos de restrição da violência, o que resultou em uma perda de potencial crítico de seu trabalho. Assim, este artigo demonstra como Linklater se beneficiaria de uma retomada à sua agenda crítica inicial para abordar as limitações de seu programa de estudos sobre danos globais.
Abstract Inspired by the Critical Social Theory put forth by the Frankfurt School, Andrew Linklater has dedicated part of his career to elaborating a critical and emancipatory research agenda for International Relations. However, his recent research on the restriction of violence in international society, mostly influenced by the English School and by Eliasian Sociology, has pushed Linklater away from an explicit engagement with critical epistemologies and theoretical approaches. Although there is a possibility for close dialogue between these theoretical strands, we claim that Linklater did not articulate these approaches as much as he could have done. Therefore, we make an assessment of his work to discuss some of its epistemological and theoretical inconsistencies. Based on this, we provide a way to bridge Linklater’s initial critical agenda with his most recent analyses on processes of violence restriction and regulation of global harm in the international realm. We argue that by focusing on multiple global processes that contributed to the restriction of violence, Linklater failed to consider the particularities, pitfalls and side-effects of allegedly beneficial processes of violence restriction and, as a result, his work lost critical potential. Accordingly, this article demonstrates how Linklater would benefit from going back to his initial critical agenda to address the limitations of his scholarship on global harm.