Este estudo teve como objetivo determinar o efeito da intensidade luminosa sobre a capacidade de predação de larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis. Ovos fertilizados foram coletados na Praia do Cassino,Rio Grande, Rio Grande do Sul (RS). Ao completarem dois dias e posteriormente, 14 dias de vida, 15 grupos com 10 larvas foram transferidos para béqueres de 800mL. As larvas foram mantidas em jejum durante 12 horas nas intensidades luminosas de 0, 75, 150, 1500 e 3000lux (três repetições para cada tratamento). Logo em seguida foram oferecidos náuplios de Artemia sp. na densidade de oito náuplios mL-1 durante 15 minutos. As larvas foram imediatamente anestesiadas e fixadas em formol 10%. Posteriormente foi contado o número de náuplios presentes no trato digestório de cada larva. O número de presas ingeridas na primeira alimentação não diferiu significativamente (P>0,05) entre as larvas mantidas sob 75, 150, 1500 e 3000lux, mas foi observada uma tendência de redução na ingestão de náuplios à medida que a intensidade luminosa aumenta. Na intensidade de zero lux, o consumo foi significativamente inferior (P<0,05) em relação a 75, 150 e 1500lux, mas semelhante (P>0,05) ao consumo das larvas mantidas a 3000lux, sugerindo que as intensidades luminosas elevadas e o escuro não são apropriados para larvas de peixe-rei recém-eclodidas. O aumento no consumo de Artemia pelas larvas de 14 dias foi proporcional ao aumento da intensidade luminosa até 1500lux, quando foi estabilizado. Considerando a capacidade de predação, este estudo indica a utilização da intensidade luminosa igual ou superior a 75lux para a alimentação inicial das larvas de O. argentinensis, entretanto a intensidade luminosa deve ser ao menos de 1500lux a partir do 14o dia de vida.
This study evaluated the effect of light intensity on predation capacity of marine pejerrey Odontesthes argentinensis larvae. Fertilized eggs were collected at Cassino Beach (Rio Grande-RS). At two and 14 days after hatching, 15 groups of 10 larvae were transferred for 800mL beakers and maintained without food during under light intensities of 0, 75, 150, 1,500 and 3,000lux (each treatment was replicated three times) during 12h. Immediately after that, Artemia sp. (8 nauplii mL-1) were offered during 15 min and larvae were sampled, anaesthetized and fixed in formol 10% to count the number of nauplii in the digestive tract of each larvae. The number of prey consumed 2 days after hatching did not differ (P>0.05) among larvae kept under 75, 150, 1,500 and 3,000lux, but there is a trend towards a smaller prey consumption as light intensity increases. Larvae kept in the dark consumed significantly less Artemia (P<0.05) than those maintained at 75, 150 and 1,500lux, but similar (P>0.05) to those under 3,000lux, suggesting that high light intensity and darkness are not appropriate for newly hatched larvae. Considering 14 days old larvae, Artemia nauplii consumption increased proportionally to the light intensity until 1,500lux, when it was stabilized. Therefore, it is suggested that O. argentinensis larvae should be maintained under light intensity equal or higher than 75lux for the first feeding, and light intensity should be increased to 1,500lux 14 days after hatching.