Ao viver na comunidade, as pessoas com transtornos mentais enfrentam o desafio de construir a sua inclusão social. No presente estudo, buscou-se identificar e analisar as concepções expressas pelos entrevistados sobre inclusão social e doença mental. Utilizou-se a abordagem qualitativa como metodologia de pesquisa. Os sujeitos desta investigação foram pessoas com transtorno psíquico, usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), e pessoas da sua rede social. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e, para apuração dos dados, foi utilizada a análise do discurso, que permite refletir sobre as condições de produção e apreensão de significado dos textos. A percepção sobre inclusão social dos entrevistados está alinhada com a literatura, valorizando aspectos como trabalho, educação, renda, poder contratual e ser aceito na sua diferença. Porém, a comunidade apresenta associações negativas em relação ao adoecimento mental, que são introjetadas pelas pessoas ao longo do tempo. O modelo manicomial ajudou a criar o imaginário de que a pessoa com transtorno mental é perigosa, incapaz e deve ser excluída. Assim, as pessoas com transtornos mentais enfrentam preconceitos e discriminações que dificultam seu processo de inclusão social. Neste contexto, é preciso lidar com a herança cultural que estabelece o conceito de que estas pessoas devem ser temidas e excluídas. Os avanços nas concepções sobre inclusão social são um forte aliado para transformar as concepções sobre a doença mental, já que a inclusão social pressupõe uma sociedade inclusiva para todos, sem exceções.
By living in the community, people with mental health problems face the challenge of building their social inclusion. This study aims to identify and analyze the conceptions expressed by the interviewees about social inclusion and mental illness. The research methodology used was the qualitative approach. The subjects in this investigation were people with mental health problems, users of a Psychosocial Care Center (CAPS) and people in their social network. For the data gathering, semi-structured interviews were conducted and discourse analysis was used for examining the data, allowing reflection on the conditions of production and for the meanings of the texts to be grasped. The interviewees' perception of social inclusion is in accordance with the literature, valuing aspects such as work, education, income, empowerment and being accepted in their differences. However, the community shows negative association in relation with mental illness, which are introjected by people over time. The asylum model helped to build the idea that the people with mental health problems are dangerous, incapable and must be excluded. Thus, people with mental health problems face prejudice and discrimination that makes the process of their social inclusion difficult. In this context, it is necessary to deal with the cultural inheritance that establishes the concept that they must be feared and excluded. Advances in conceptions of social inclusion are a strong ally in transforming conceptions of mental illness, since social inclusion assumes an inclusive society for all, without exceptions.