OBJETIVO: Verificar a ocorrência e os fatores de risco associados à hospitalização de um grupo de crianças asmáticas e realizar diagnóstico da assistência à saúde desses pacientes. MÉTODOS: Foram estudados 325 pacientes (crianças e adolescentes) asmáticos, registrados em um ambulatório de referência, sendo que 202 já haviam sido hospitalizados. O diagnóstico da assistência prestada foi feito por meio de formulário que abordou características gerais das hospitalizações e fatores biológicos, demográficos, socioeconômicos e os relacionados à asma. Análises univariada e multivariada foram empregadas para verificar a associação entre variáveis independentes e a ocorrência de hospitalização. RESULTADOS: Dos pacientes estudados, 62,2% já haviam sido hospitalizados durante sua moléstia, 64,9% iniciaram crises, e 60,9% se internaram no primeiro ano de vida. A maioria (76,0%) apresentava formas clínicas moderadas e graves. Apesar disto, 94,2% não estavam em uso de drogas profiláticas, recebendo assistência apenas durante o episódio agudo. Nenhum dos pacientes se encontrava vinculado à atenção primária para controle periódico da doença e profilaxia com corticosteróides inalados. Os familiares (97,8%) não dispunham de conhecimentos básicos necessários ao manejo da asma. Os principais fatores de risco para hospitalização foram: a idade de início dos sintomas antes de 12 meses de idade (OR=3,20, IC95%, 1,55-6,61) ou entre 12 e 24 meses (OR=3,89, IC95%, 1,62-9,36), a escolaridade materna inferior a sete anos de estudos (OR=3,06, IC95%, 1,62-5,76), a gravidade da doença (OR=2,32, IC95%, 1,36-3,96), o número de consultas a serviços de urgência igual ou superior a duas vezes por mês (OR=2,19, IC95%, 1,24-3,88) e o diagnóstico de encaminhamento de pneumonia de repetição (OR=2,00; IC95%, 1,06-3,80). CONCLUSÃO: Com vistas à redução dos índices de hospitalização, os serviços de saúde devem se organizar para prestar adequada assistência a crianças e adolescentes asmáticos, especialmente para os menores de dois anos de idade.
OBJECTIVE: To assess the prevalence rate and risk factors for hospital admissions among asthma children and to evaluate care delivered to these patients. METHODS: Three-hundred and twenty-five asthmatic children attending a public outpatient reference clinic were studied. Of them, 202 were hospitalized. Care was evaluated using a questionnaire covering general aspects of hospital stay and biological, demographics, socioeconomic and asthma-related factors. Univariate and multivariate analyses were performed to measure the association between hospital admissions and selected independent variables. RESULTS: Of the total, 62.2% had already been hospitalized due to asthma, 64.9% developed asthma episodes, and 60.9% were hospitalized in their first year of life. Most (76.0%) had moderate to severe asthma. Despite that, 94.2% were not on anti-inflammatory drugs and were treated only during isolated acute episodes. None of these were regularly seen in primary health care centers for a periodic control of their steroid inhalants. Most parents (97.8%) referred not to know how to take care of asthma children. Symptoms onset is normally seen before the age of 12 months (OR=3.20; 95%CI 1.55-6,61) or between 12 and 24 months (OR=3.89; 95%CI 1.62-9.36). Mothers have attended school for less than 7 years (OR=3.06; 95%CI 1.62-5.76). Disease severity (OR=2.32; 95%CI 1.24-3.88), 2 or more monthly visits to emergency wards (OR=2.19; 95%CI 1.24-3.88), and referred recurrent pneumonia (OR=2.00; 95%IC 1.06-3.80) were the main risk factors for hospital admissions. CONCLUSIONS: Organizing health care services is crucial to reduce hospital admissions and provide adequate care for asthma children and adolescents, especially those less than 2 years old.