INTRODUÇÃO: Em 1996-1997 ocorreu no Estado de São Paulo uma epidemia de sarampo. Uma das estratégias de controle da Secretaria do Estado da Saúde foi a vacinação dos profissionais da saúde. Nesse sentido objetivou-se avaliar a soroprevalência de sarampo entre os pediatras. MÉTODOS: Foram colhidas 150 amostras de sangue de médicos pediatras voluntários, as quais foram submetidas ao teste de ELISA. Um questionário sobre história de sarampo e situação vacinal foi respondido pelos pediatras estudados. RESULTADOS: A maioria dos pediatras 147/150 tinha títulos protetores; sendo 80,3% sem e 19,7% com história pregressa de sarampo. Em 2% dos pediatras as sorologias foram negativas. Nos sem história de doença, 67% afirmavam terem sido vacinados e 33% apesar de apresentarem títulos protetores ignoravam sua situação vacinal. Dos 79 médicos vacinados, 81% tinham recebido a vacina há pelo menos 25 anos e mantido títulos protetores. Dos 3 com sorologias negativas, um referia vacinação anterior. CONCLUSÕES: Apesar da elevada soroprevalência para sarampo, 2% de pessoas susceptíveis podem constituir grupo de risco para aquisição e disseminação da doença em situação epidêmica.
OBJECTIVE: A measles outbreak occurred in S. Paulo state, during 1996 and 1997, resulting in 20,921 cases. Forty seven percent of the cases occurred in people between 20 and 29 years of age, and one of the control strategies of the Department of Health was the vaccination of health care workers. The prevalence of antibodies against measles among the hospital pediatricians was investigated. METHODS: One hundred and fifty samples were taken from voluntee pediatricians to test for measles antibodies using ELISA. A questionnaire about their having had measles and the vaccine was filled out. RESULTS: Of the 150 doctors, 122 (81.4%) were female and 28 (18.6%) male, of between 23 and 46 years of age (mean and median 27 years). The majority (98%-147/150) had protective levels of antibodies against measles (>100 UI/ml); 118 (80.3%-118/147) without and 29 (19.7%-29/147) with a history of measles. Only 3 pediatricians (2%-3/150), had negative serology, 2 without and 1 with a history of measles. Out of the 118 without history of measles, 79 (67%-39/118) in spite of the protective level of antibodies against measles, did not know if they, had been vaccinated. Out of the 79 vaccinated pediatricians, 64 (81%-64/79), had been vaccinated 25 years before, and still maintained protective levels of antibodies. Of the 3 doctors with negative sorologies only one declared that he had been vaccinated. CONCLUSIONS: Measles seroprevalence among pediatricians of this hospital is high, especially due to preceeding vaccination. On the other hand, the 2% of pediatricians with negative sorology, in an epidemic situation could constitute a significant population for the acquisition and dissemination of the disease.