OBJETIVO: avaliar a eficácia da fonoterapia e a interferência dos fatores de risco para disfagia no atendimento de pacientes adultos internados com doença neurológica e sintoma de disfagia, tendo a escala funcional de ingestão por via oral como marcador da progressão segura da dieta por via oral. MÉTODOS: foi realizado estudo retrospectivo de 49 prontuários de pacientes com disfagia neurogênica, atendidos em fonoterapia no leito hospitalar e comparada a escala de ingestão de alimentação por via oral antes e depois da terapia - FOIS, (mede a quantidade e tipo de alimento que o paciente consegue ingerir por via oral de forma segura). Foram estudados também possíveis fatores de interferência na melhora via ingestão oral na fonoterapia como: doença de base, idade, condições respiratórias, condições clínicas, estado de consciência, tempo de terapia e número de sessões. RESULTADOS: dos 49 pacientes, 36 apresentaram melhora na FOIS após a fonoterapia. Quanto aos possíveis fatores de interferência nessa melhora, foram constatados: a piora clínica do doente, as intercorrências clínicas e o rebaixamento do nível de consciência, como estatisticamente significantes para a não evolução em fonoterapia visando à ingestão de alimentos por via oral. Os outros fatores analisados como: doença de base, idade, condições respiratórias, tempo e numero de sessões não demonstraram significância estatística, sugerindo não interferir na melhora ou piora do paciente. CONCLUSÃO: observa-se melhora efetiva da ingestão de alimentos por via oral nos pacientes com disfagia neurogênica atendidos em ambiente hospitalar em fonoterapia, salvo se apresentarem intercorrências clínicas e rebaixamento do nível de consciência durante o processo.
PURPOSE: to evaluate efficacy of speech therapy treatments and the interference of risk factors in adult patients admitted to the wards with neurological diseases and symptoms of dysphagia, using the functional oral intake scale as parameter of safe progression for oral feeding. METHODS: We carried out a retrospective study on forty-nine patients with neurogenic dysphagia under speech therapy sessions while in the wards and a comparison between the results of the functional oral intake scale before and after the therapy sessions(measuring the amount and type of orally-taken food in a safe manner by the patients). Possible factors affecting the therapy such as etiology of the neurologic disease, age, respiratory and clinical conditions, alertness, time and duration of the therapy sessions were studied. RESULTS: over the 49 studied patients, 36 showed improvement in the FOIS after speech therapy sessions. Regarding possible factors affecting the therapy, statistical analysis showed that deterioration of clinical condition, clinical intercurrences and decreased level of alertness were significant factors for the lack of progress to oral feeding during the speech therapy sessions. The other factors, etiology of disease, age, respiratory condition, time and number of sessions, did not demonstrate statistical significance. However, they did not interfere in improving or worsening the patients' clinical condition. CONCLUSION: there is an effective improvement in feeding by oral intake in patients with neurogenic dysphagia being treated by speech therapy sessions in the hospital wards. However, it cannot be achieved if the patient shows clinical intercurrences and decreased alertness level.