O tambaqui, Colossoma macropomum, é a espécie de peixes mais popularmente usada para a aquicultura no Brasil, mas não há nenhum estudo comparando a variação genética entre as populações nativas e de cultivo desta espécie. No presente estudo foram analisadas sequências de DNA mitocondrial para avaliar a diversidade genética entre duas populações selvagens, um plantel de produção de alevinos, e uma amostra de estoques de piscicultura, todos da região de Santarém, no oeste do estado do Pará. Níveis similares de diversidade genética foram encontrados em todas as amostras e, surpreendentemente, o plantel mostrou expressiva representação da diversidade genética registrada em populações selvagens. Estes resultados contrastam consideravelmente com os do estudo anterior de estoques cultivados nos estados do Amapá, Pará, Piauí, Rondônia, que registrou apenas dois haplótipos, indicando uma longa história de endogamia nas matrizes utilizadas para a produção de alevinos. Os resultados dos dois estudos mostram dois cenários distintos de aquicultura do tambaqui na Amazônia, que devem ser melhor avaliados, a fim de garantir o sucesso da expansão da atividade na região, e no resto do Brasil, já que o tambaqui e seus híbridos agora são cultivados em todo o país.
The tambaqui, Colossoma macropomum, is the most popular fish species used for aquaculture in Brazil but there is no study comparing genetic variation among native and farmed populations of this species. In the present study, we analyzed DNA sequences of the mitochondrial DNA to evaluate the genetic diversity among two wild populations, a fry-producing breeding stock, and a sample of fish farm stocks, all from the region of Santarém, in the west of the Brazilian state of Pará. Similar levels of genetic diversity were found in all the samples and surprisingly the breeding stock showed expressive representation of the genetic diversity registered on wild populations. These results contrast considerably with those of the previous study of farmed stocks in the states of Amapá, Pará, Piauí, and Rondônia, which recorded only two haplotypes, indicating a long history of endogamy in the breeding stocks used to produce fry. The results of the two studies show two distinct scenarios of tambaqui farming in the Amazon basin, which must be better evaluated in order to guarantee the successful expansion of this activity in the region, and the rest of Brazil, given that the tambaqui and its hybrids are now farmed throughout the country.