A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma patologia freqüente, acometendo cerca de 10% da população geral. Esta incidência tem se elevado nos últimos anos. Tradicionalmente, sua abordagem terapêutica inicial é clínica, porém, o número de indicações cirúrgicas tem aumentado principalmente às custas das vantagens da videolaparoscopia. Durante o período de janeiro de 1993 a março de 1998, 112 pacientes foram submetidos a fundoplicatura e hiatoplastia por videolaparoscopia para o tratamento da DRGE, sendo 62 (55,3%) do sexo masculino e 50 (44,7%) do sexo feminino. A idade variou de 20 a 90 anos, com média de 40 anos. As indicações cirúrgicas foram doença refratária ao tratamento clínico (76,9%), seguido por esôfago de Barrett (16,1 %), estenose esofágica (3,5%), hemorragia digestiva alta por úlcera esofágica (2,6%) e hérnia hiatal paraesofágica (0,9%). Para o procedimento cirúrgico foram utilizados cinco trocartes. A hiatoplastia foi realizada com pontos em "X". Na fundoplicatura, após a passagem do fundo gástrico por trás do esôfago abdominal, inicialmente se realiza um ponto tomando as duas extremidades do fundo gástrico, porém sem fixar esta sutura ao esôfago. A partir daí, mais quatro pontos são realizados, sendo dois acima e dois abaixo deste ponto inicial, de maneira a envolver o esôfago, de modo parcial (2700). O tempo médio de cirurgia foi de 80 minutos e o de internação, de 1,8 dias. Ocorreram duas conversões (1,7%). Não houve mortalidade, e as complicações assinaladas foram pneumotórax (0,9%), enfisema subcutâneo (0,9%), disfagia transitória (26%) e disfagia persistente (3,5%). A fundoplicatura mista laparoscópica tem se mostrado um procedimento seguro e eficaz para o tratamento definitivo da DRGE com baixo número de complicações, reunindo as vantagens clássicas da cirurgia laparoscópica: curto período de internação, rápida recuperação e bons resultados estéticos; e às de uma técnica simplificada, visando facilitar as duas etapas mais complicadas da cirurgia: hiatoplastia e fundoplicatura.
Gastroesophageal Reflux Disease (GERD) is a common disease, affecting 10% of the general population and an increase in its incidence has been observed. From January 1993 to March 1998, 112 patients were submitted for the treatment of reflux esophagitis by fundoplication and hiatoplasty using videolaparoscopy. Sixty two (55.3%) were male and 50 were female (44.7%). The mean age was 40 years old, ranging from 20 to 90 years. 1ndication for surgery was a GERD refractory to clinical treatment (76,8%), followed by Barrett's esophagus (16%), esophageal stenosis (3.5%), esophageal ulcer with upper digestive tract hemorrhage (2.6%) and paraesophageal hiatal hernia (0.9%). Five trocars were used for each surgical procedure. The hiatoplasty was performed with 00 cotton sutures, wrapping with an X both arms of diaphragmatic pillars. For the fundoplication, after the transposition of the gastric fundus behind the abdominal portion of the esophagus, an initial suture is set on the two gastric extremities of the anterior wall, without passing through the esophagus, however: Then, another four sutures were ser, two above and two below the initial one, in order to wrap the esophagus, on a partial manner (270(0)). Mean surgical time was 80 minutes and mean hospital stay was 1.8 days. There were two conversions (1.7%). There was no mortality; complications noted were pneumothorax (0.9%), subcutaneous enfisema (0.9%), transient dysphagia (26%) and persistent dysphagia (3.5%). We have shown that laparoscopic mixed fundoplication is a safe and effective procedure for the definitive treatment of GERD, by adding the advantages of a simplífied surgical technique with a low incidence of complications.