Introdução: ão há quem, no Brasil, não tenho ouvido falar da “cracolândia” paulistana. Ela é fonte inesgotável de notícias, de histórias e de pânico. A mais famosa territorialidade de uso de crack do país é considerada lugar que se deve evitar, lugar de perigo, lugar degradado. Também de degredo. E, por isso mesmo e em vários aspectos, lugar de grande atração. Pensar sobre ela exige criatividade e rigor. Objetivos: Numa direção contrária às visões alarmistas, esta territorialidade será descrita a partir da sua relação com o entorno, notadamente o bairro da Luz, afastando-se de abordagens que tomam tais espaços como fronteiras impenetráveis, isoladas fisicamente e, pior, moralmente. Procedimentos Metodológicos: Serão destacadas etnograficamente a grande quantidade de pessoas que por ali circula, bem como os distintos usos e práticas espaciais observados. Resultados: com esta etnografia, pretende-se conferir visibilidade às disputas, interações e conexões que fazem uma cidade e contribuir para uma visão acurada desta territorialidade.
Introduction: Everyone, in Brazil, has had heard of “cracolândia”, in São Paulo. It is an inexhaustible source of news, stories and panic. The most famous crack place in the country is considered a place that should be avoided, a place of danger. And a place of great attraction. Thinking about it demands creativity and seriousness. Objectives: Contrary to alarmist views, in this text, this place will be described through its relationship with its surroundings, especially the neighborhood of Luz, avoiding approaches that treat such spaces as impenetrable boundaries, physically and, what is worse, morally isolated. Methodology: The large number of people who circulate through there, as well as the different uses and spatial practices, will be highlighted ethnographically. Results: this ethnography intends to give visibility to the disputes, interactions and connections that produce a city and contributes to an accurate view of this place.