Objetivos: Avaliar a cognição de pacientes esquizofrênicas idosas institucionalizadas. Comparar os subgrupos, divididos de acordo com o grau de escolaridade, quanto aos escores cognitivos e à duração da doença. Métodos: Aplicou-se o Mini-Exame do Estado Mental (Mini-Mental State Examination -- MEEM) e questionários de avaliação de duração do transtorno e de instrução e avaliou-se os medicamentos usados por classe e esquema posológico em 38 pacientes idosas institucionalizadas com diagnóstico de esquizofrenia segundo os critérios da DSM-IV. Os dados foram obtidos dos prontuários das pacientes e em entrevista direta com as mesmas. O MEEM foi aplicado sem que os examinadores tivessem conhecimento do diagnóstico dos sujeitos, já que todas as 38 pacientes foram inicialmente avaliadas e somente depois disso os procedimentos para o diagnóstico foram levados adiante. A média e o desvio-padrão foram obtidos para o grupo total e a significância determinada com o teste t (0,05). Resultados: A média de idade desses indivíduos (n=38) foi de 69,42 ± 6,8 (min=60, max=82) anos e a duração do transtorno foi de 40,36 ± 5,89 ( min=29, max=56) anos. As pacientes analfabetas somam 18, as que têm até 4 anos de educação são 14 e 6 têm mais de 4 e menos de 8 anos de educação. O escore do MEEM foi de 12,15± 5,97 (min=0, max=28) pontos. As pacientes com até 8 anos de educação formal (n=20) tiveram MEEM de 14,05 ± 5,97, idade de 70,15 ± 5,79 anos e a duração do transtorno de 40,36 ± 6,44. Já as pacientes analfabetas (n=18), com idade de 68,61± 7,56 anos, tiveram desempenho de MEEM 10,05 ± 5,22, com 40,35 ± 5,20 anos de doença. Comparando-se os grupos de escolaridade baixa/média e de analfabetos quanto à idade, ao tempo de doença e ao escore do MEEM (14,05 ± 5,97 e 10,05 ± 5,22, respectivamente), somente este último item apresentou diferença estatisticamente significativa (p<0,05). Conclusões: As pacientes esquizofrênicas idosas institucionalizadas no Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira têm desempenho cognitivo medido pelo MEEM melhor do que os resultados de instituições americanas e inglesas. O número de anos de estudo correlaciona-se positivamente com o desempenho, isto é, analfabetas têm desempenho significativamente pior que pacientes com educação baixa/média. Apesar da longa duração, a pontuação no MEEM demonstra comprometimento cognitivo moderado, o que pode significar que haja também possibilidades adaptativas, desde que sob estrita supervisão.
Objective: To evaluate the cognition level of institutionalized schizophrenic elderly patients and compare groups according to years of education, disease duration and institutionalization. Methods: The Mini-Mental State Examination (MMSE) and questionnaires for the evaluation of the disease duration and level of education were carried out in the 38 female institutionalized elderly patients with a diagnosis of schizophrenia according to DSM-IV criteria. Their medication use was assessed according to specific drug class and posology. Data was obtained from the patients' records and interview. The MMSE interviewers weren't aware of the patients' diagnoses, since all 38 patients were initially evaluated and only then the diagnostic procedures were performed. The mean and standard deviation were obtained for the whole group and their level of significance was determined by the t-test (0,05). Results: Mean age of subjects (n=38) was 69.42 ± 6.8 years old (min=60, max=82) and the mean disease duration was 40.36 ± 5.89 years (min=29, max-56). 18 patients were illiterate, 14 had 4 years of schooling and 6 had 4-8 years of education. The mean MMSE score was 12.15 ± 5.97 (min=0, max=28). Patients with more than 8 years of education (n=20) achieved a mean MMSE of 14.05 ± 5.97 (age = 70.15 ± 5.79 years old and disease duration = 40.36 ± 6.44 years), and illiterate patients (n=18, age = 68.61 ± 7.56, disease duration = 40.35 ± 5.20 years) achieved a MMSE score of 10.05 ± 5.22. Comparing MMSE scores of groups according to years of formal education, age, and disease duration the only statistically significant difference was observed in the number of years of education (p<0.05). Conclusion: Elderly institutionalized schizophrenic patients had higher MMSE scores and cognitive performance than those living in institutions in the U.S. and United Kingdom as reported by the literature. Years of formal education have a positive influence on cognitive performance, ie., illiterate people have a poorer performance than patients who had low-to-intermediate level of education. Despite the long duration of the disorder, MMSE scores show moderate degree of impairment. These data may help to develop adaptive care for this population.