Resumo: Introdução: Embora o conhecimento especializado seja um elemento fundamental para a prática médica qualificada, não há, na maioria das especialidades, uma avaliação cognitiva unificada dos médicos residentes, e, consequentemente, não é possível verificar o conhecimento agregado durante o treinamento pelos programas de residência médica (PRM). O Teste de Progresso (TP) oferece uma oportunidade para avaliação dos PRM a partir do desempenho dos seus residentes. Em 2018, a Febrasgo implementou o Teste de Progresso Individual do Residente em Ginecologia e Obstetrícia (TPI-GO), que tem sido aplicado em todo o Brasil. Relato de experiência: Este estudo descritivo se refere ao acompanhamento longitudinal dos residentes que iniciaram a participação no TPI-GO em 2018 como R1 (n = 497) e concluíram a participação em 2020 como R3 (n = 314). O desempenho desses residentes no TPI-GO serviu de base para analisar o perfil de 32 PRM localizados nas Regiões Sul (28,1%), Sudeste (68,8%) e Centro-Oeste (3,1%), sendo identificados cinco diferentes perfis de PRM em relação ao desempenho dos residentes iniciantes, diferenças de desempenho entre R3 e R1 e desempenho dos concluintes. Discussão: No Brasil, não são oferecidas avaliações abrangentes e unificadas de conhecimento aos médicos residentes na maioria das especialidades, e consequentemente ainda não é possível incorporar essas informações na avaliação dos PRM. No modelo aqui apresentado, o desempenho dos residentes no TP possibilita inferir sobre o processo seletivo, o conhecimento agregado pelo PRM ao longo do treinamento e o nível de conhecimento dos concluintes, sendo reconhecidos PRM qualificados (tipo 1) e PRM que necessitam de melhorias (tipos 2, 3, 4 e 5). Conclusão: O TP oferece uma oportunidade para avaliação dos PRM a partir do desempenho dos seus residentes. Por meio do modelo aqui apresentado, é possível obter informações para subsidiar decisões institucionais que promovam melhorias dos PRM e do seu processo de formação na especialidade.
Abstract: Introduction: Although specialized knowledge is a fundamental element for qualified medical practice, in most specialties, there is no unified cognitive assessment of resident physicians, and it is impossible to verify the knowledge gained during training in Medical Residency Programs (MRPs). The Progress Test (PT) provides an opportunity to evaluate MRPs based on the performance of the residents. In 2018, Febrasgo applied the Resident Progress Test in Gynecology and Obstetrics (TPI-GO) throughout Brazil. Experience report: This descriptive study refers to the longitudinal follow-up of residents who started participating in the TPI-GO in 2018 as R1 (n=497) and completed their participation in 2020 as R3 (n = 314). The performance of these residents in the TPI-GO served as a basis for analyzing the profile of 32 MRPs located in the South (28.1%), Southeast (68.8%), and Central-West (3.1%) regions of Brazil, with five different identified PRM profiles in relation to the performance of beginner residents, differences in performance between R3 and R1 and the performance of residency graduates. Discussion: In Brazil, comprehensive and unified assessments of knowledge are not offered to resident physicians in most specialties, and consequently, it is not yet possible to incorporate this information into the assessment of MRPs. In the model presented here, the performance of residents in the PT enables one to make inferences about the selection process, the knowledge added by the MRP throughout the training, and the level of knowledge of the graduates, being recognized as qualified MRPs (type 1) and MRPs that need improvement (types 2, 3, 4 and 5). Conclusion: The PT offers an opportunity to evaluate MRPs based on the performance of their residents. Through the model presented here, it is possible to obtain information to support institutional decisions that promote improvements in MRPs and their training process in the specialty.