Monohexosilceramidas (CMHs, cerebrosídios) são glicoesfingolipídios compostos de uma ceramida hidrofóbica ligada a uma unidade de açúcar. Em células fúngicas, CMHs são moléculas muito bem conservadas, consistindo de uma porção ceramida contendo 9-metil-4,8-esfingadienina ligada através de uma ligação amida aos ácidos 2-hidroxioctadecanoico ou 2-hidroxihexadecanoico e uma porção carboidrato constituída de uma unidade de glucose ou galactose. Ceramidas contendo 9-metil-4,8-esfingadienina são normalmente glicosiladas formando os cerebrosídios fúngicos; no entanto uma descrição recente de uma dihexosilceramida (CDH) em Magnaporthe grisea, apresentando fitoesfingosina sugere a existência de vias alternativas para a glicosilação de ceramidas nas células fúngicas. Além de suas particularidades estruturais, os CMHs de fungos apresentam uma distribuição celular incomum e funções biológicas características. Monohexosilceramidas estão aparententemente envolvidas nas transições morfológicas ou no crescimento dos fungos Pseudallescheria boydii, Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Aspergillus nidulans, A. fumigatus e Schizophylum commune. A elucidação dos aspectos estruturais e funcionais dos cerebrosídios fúngicos pode contribuir para a descoberta de novos agentes antifúngicos que inibam o crescimento ou a diferenciação de espécies patogênicas.
Ceramide monohexosides (CMHs, cerebrosides) are glycosphingolipids composed of a hydrophobic ceramide linked to one sugar unit. In fungal cells, CMHs are very conserved molecules consisting of a ceramide moiety containing 9-methyl-4,8-sphingadienine in amidic linkage to 2-hydroxyoctadecanoic or 2-hydroxyhexadecanoic acids, and a carbohydrate portion consisting of one residue of glucose or galactose. 9-Methyl 4,8-sphingadienine-containing ceramides are usually glycosylated to form fungal cerebrosides, but the recent description of a ceramide dihexoside (CDH) presenting phytosphingosine in Magnaporthe grisea suggests the existence of alternative pathways of ceramide glycosylation in fungal cells. Along with their unique structural characteristics, fungal CMHs have a peculiar subcellular distribution and striking biological properties. In Pseudallescheria boydii, Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Aspergillus nidulans, A. fumigatus, and Schizophyllum commune, CMHs are apparently involved in morphological transitions and fungal growth. The elucidation of structural and functional aspects of fungal cerebrosides may therefore contribute to the design of new antifungal agents inhibiting growth and differentiation of pathogenic species.