Resumo Justificativa e objetivos: A ressonância magnética (RM) cardíaca é uma técnica usada na avaliação de crianças com cardiopatias congênitas. A anestesia geral garante imobilidade, especialmente em pacientes não cooperadores, porém os movimentos da parede torácica podem limitar a boa qualidade dos exames. A apneia prolongada pode ser necessária para diminuir os artefatos do movimento respiratório, potencialmente levando à hipoxemia e outros eventos adversos. O uso de ventilação a jato de alta frequência pode ser uma solução para evitar os movimentos da parede torácica. Relato de caso: Relatamos quatro casos de pacientes pediátricos, ASA II, entre 4-15 anos, programados para ressonância magnética cardíaca. Uma anestesia geral foi proposta e assinaturas em termo de consentimento livre e esclarecido foram obtidas dos pais. Após a indução da anestesia geral, um tubo endotraqueal sem balonete foi inserido. Em seguida, um cateter de 7Fr × 40 cm foi inserido através do tubo endotraqueal. A saída proximal do cateter foi conectada, mediante um tubo conector, a um sistema de ventilação a jato de alta frequência (Monsoon III®, Acutronic Medical Systems). Imagens de ressonância magnética de boa qualidade foram obtidas. No fim dos procedimentos, observamos aumento tanto de salivação quanto de CO2 expirado (60-70 mmHg) em todos os pacientes. Os pacientes foram extubados após a obtenção de normocapnia e reversão do bloqueio neuromuscular. Após o tempo de recuperação apropriado, as quatro crianças receberam alta no mesmo dia. Conclusões: Esta série de casos demonstra que o uso de um sistema de ventilação a jato de alta frequência para ressonância magnética cardíaca é viável e seguro, além de fornecer imagens cardíacas de boa qualidade e evitar a presença da equipe de anestesia dentro do ambiente de risco da sala de ressonância magnética. Estudos futuros são necessários para confirmar sua segurança e eficiência em pacientes pediátricos.
Abstract Background and objectives: Cardiac Magnetic Resonance Imaging (MRI) is a technique used for evaluation of children with congenital heart diseases. General anesthesia ensures immobility, particularly in uncooperative patients. However, chest wall movements can limit good quality scans. Prolonged apnea may be necessary to decrease respiratory motion artefacts, potentially leading to hypoxemia and other adverse events. The use of a high frequency jet ventilator may be a solution avoiding chest wall movements. Case report: We report four cases of pediatric patients, ASA II, aged between 4 and 15 years-old, scheduled for cardiac MRI. General anesthesia was proposed and parental informed consent was obtained. After general anesthesia was induced, an uncuffed endotracheal tube was inserted. Then, a 7Fr × 40 cm catheter was placed through the endotracheal tube. The proximal outlet of the catheter was attached through a connecting tube to a high frequency jet ventilator (Monsoon III®, Acutronic Medical Systems). Good quality MRI images were obtained. At the end of the procedures, we observed increased salivation and increased end-tidal CO2 (60-70 mmHg), in all patients. The patients were extubated after normocapnia was achieved and neuromuscular blockade reversed. Following appropriate recovery time, the four children were discharged home the same day. Conclusions: This case series demonstrates that the use of a high frequency jet ventilator for cardiac MRI was feasible, safe, providing good quality cardiac imaging and avoiding anesthesia personnel to be inside the hazardous environment of MRI room. Future studies are needed to confirm its safety and efficiency in pediatric patients.