INTRODUÇÃO: Os estudos sobre a razão de custo-efetividade dos stents farmacológicos (SFs) são escassos. Nosso objetivo foi avaliar os resultados e comparar os custos (razão custo-efetividade incremental - RCEI) por reestenose evitada entre SFs e stents não-farmacológicos (SNFs) utilizando o escore de propensão. MÉTODOS: Incluímos na análise 220 pacientes tratados consecutivamente, dos quais 111 com SFs e 109 com SNFs. O escore de propensão foi usado para ajustar o efeito da intervenção por meio de pareamento, estratificação e ponderação. RESULTADOS: Predominaram pacientes do sexo masculino (67,7% vs. 66,9%; P = 0,53), com média de idade de 65,9 anos. Pacientes tratados com SFs apresentaram maior frequência de diabetes (54% vs. 17,4%; P < 0,001) e doença triarterial (18,9% vs. 10,1%; P = 0,029) e pior função ventricular (54,1% vs. 22%; P < 0,0001). O diâmetro dos stents foi de 2,76 ± 0,35 mm vs. 2,91 ± 0,47 mm (P = 0,006) e a soma do comprimento dos stents foi de 37,6 ± 23 mm vs. 24,8 ± 15,8 mm (P < 0,0001). Reestenose ocorreu em 6,3% vs. 12,8% dos pacientes (P = 0,099) e em 4,1% vs. 9,8% das lesões (P = 0,048). Houve incremento de custo de R$ 9.590,00 e a RCEI foi de R$ 147.538,00 por reestenose evitada (acima do limiar da Organização Mundial da Saúde). Entretanto, utilizando o escore de propensão, as variáveis que melhor classificaram os pacientes para SFs e apresentam RCEI máxima de R$ 4.776,96 foram idade > 72 anos, diabetes e lesões com diâmetro < 3,2 mm e comprimento > 18 mm. CONCLUSÕES: Apesar de os SFs não terem sido custo-efetivos na população em geral, o escore de propensão demonstrou que em idosos, diabéticos e pacientes com lesões longas ou vasos de fino calibre o uso de SFs foi custo-efetivo.
BACKGROUND: Studies on the cost-effectiveness ratio of drug-eluting stents (DES) are rare. Our objective was to evaluate the results and compare costs (incremental cost-effectiveness ratio - ICER) per restenosis avoided between DES and bare metal stents (BMS) using the propensity score. METHODS: Two hundred and twenty consecutive patients were included in the study, of which 111 were treated with DES and 109 with BMS. The propensity score was used to adjust the effect of the intervention, by means of matching, stratification and weighing. RESULTS: Most patients were male (67.7% vs. 66.9%; P = 0.53), with a mean age of 65.9 years. Patients treated with the DES had a higher rate of diabetes (54% vs. 17.4%; P < 0.001), three-vessel disease (18.9% vs. 10.1%; P = 0.029) and poor ventricular function (54.1% vs. 22%; P < 0.0001). The diameter of stents was 2.76 ± 0.35 mm vs. 2.91 ± 0.47 mm (P = 0.006) and the sum of the lengths of stents was 37.6 ± 23 mm vs. 24.8 ± 15.8 mm (P < 0.0001). Restenosis was observed on 6.3% vs. 12.8% of the patients (P = 0.099) and in 4.1% vs. 9.8% of the lesions (P = 0.048). There was an incremental cost of R$ 9,500.00 and the ICER was R$ 147,538.00 per restenosis avoided (above the World Health Organization threshold). However, when the propensity score was used, the variables that best classified patients for DES and had a maximum ICER of R$ 4,776.96 were age > 72 years, diabetes and lesions with diameter < 3.2 mm and length > 18 mm. CONCLUSIONS: Although DES were not cost-effective in the overall population, the propensity score showed that in elderly patients, diabetics and patients with long lesions or small vessels, the use of DES was cost-effective.