RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor crônica representa relevante problema de saúde pública pela alta prevalência, custo de cuidados médicos, complexidade de tratamento e perda da capacidade produtiva. No Brasil, há poucos estudos populacionais sobre dor crônica e fatores associados, assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e fatores associados à dor crônica entre os residentes das regiões urbana e rural da cidade de Irani-SC. MÉTODOS: Estudo transversal populacional, com amostragem aleatória, estratificada por sexo e idade, do qual participaram 409 pessoas. Os dados foram coletados por entrevista individual, questionários sociodemográfico e clínico e aplicação de instrumento de perfil de estilo de vida. RESULTADOS: A prevalência de dor crônica foi de 56%. Os fatores associados mais frequentes foram: sexo feminino, ser casado, morar em área urbana, idade mais avançada, mais anos trabalhados, maior número de filhos, menos períodos de férias no último ano, baixa escolaridade, consumo de menos xícaras de café por dia, maior índice de massa corporal e maior número de comorbidades quando comparados ao grupo sem dor crônica (p<0,05). Não houve diferença significante entre os grupos em relação ao estilo de vida. CONCLUSÃO: A prevalência de dor crônica foi alta quando comparada à encontrada por estudos correlatos. Foi mais prevalente em mulheres, indivíduos casados, brancos e residentes em área urbana. Possíveis preditores desta condição foram idade, anos trabalhados, número de filhos, dias de férias no último ano, número de xícaras de café consumidos por dia, índice de massa corporal e número de comorbidades.
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chronic pain represents a relevant public health problem due to its high global prevalence, high costs of medical care, complexity of the treatment and loss of productive capacity. In Brazil, there are few population-based studies regarding chronic pain and associated factors, thus, the aim of this study was to evaluate the prevalence and factors associated with chronic pain among residents of urban and rural regions of the city of Irani-SC. METHODS: Cross-sectional population study, with random sampling, stratified by sex and age, in which 409 residents participated. Data was collected by individual interview, sociodemographic and clinical questionnaires, and application of a lifestyle profile instrument. RESULTS: The prevalence of chronic pain was 56% of the population. The most frequent associated factors were: female sex, being married, living in urban area, older age, more years of work, a higher number of children, fewer vacation periods in the last year, low schooling, higher body mass index, low coffee consumption and a higher number of comorbidities when compared to the group without chronic pain (p<0.05). There was no significant difference between groups regarding lifestyle. CONCLUSION: Prevalence of chronic pain was high when compared to that found by other studies. Chronic pain was more prevalent in women, married, white, and urban residents. Possible predictors of this condition were age, years of work, number of children, vacation days in the last 12 months, number of cups of coffee consumed per day, body mass index and number of comorbidities.