OBJETIVO: avaliar os fatores que levam ao retardo na confirmação diagnóstica de lesões mamárias suspeitas de câncer. MÉTODOS: foi realizado um estudo observacional de corte transversal. Foram incluídas 104 mulheres que procuraram um hospital de câncer, com diagnóstico ou suspeita de câncer de mama. Foi aplicado um questionário semiestruturado com perguntas referentes às características demográficas, clínicas e de utilização de serviços. As variáveis foram comparadas pelos testes t de Student, Mann-Whitney, χ2 de Pearson ou exato de Fisher, conforme a indicação. A fim de identificar as variáveis associadas ao retardo na confirmação diagnóstica do câncer de mama, foram calculadas as Odds Ratio (OR) com intervalo com 95% de confiança (IC95%) e um modelo de regressão logística foi elaborado. RESULTADOS: a média de idade foi de 54 anos (±12,6), predominando mulheres brancas (48,1%), casadas (63,5%), residentes no Município do Rio de Janeiro (57,7%) e com baixo grau de escolaridade (60,6%). O tempo mediano entre o primeiro sinal ou sintoma da doença e a primeira consulta foi de um mês, e desta última até a confirmação diagnóstica de 6,5 meses. Em 51% das mulheres o diagnóstico foi tardio (estádios II a IV). Presença de sintomas, longo intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a primeira avaliação e entre o início dos sintomas e a confirmação diagnóstica, mostraram-se fatores significantes (p<0,05) para o retardo na obtenção do diagnóstico de lesões suspeitas. CONCLUSÕES: os resultados deste estudo sugerem que os esforços devem ser concentrados na redução dos tempos necessários para agendar a consulta médica e para o esclarecimento do diagnóstico de lesões suspeitas, bem como na educação dos médicos e das mulheres sobre a importância dos sintomas mamários e o valor da avaliação, diagnóstico e tratamento precoce.
PURPOSE: to evaluate the factors leading to delays in obtaining definitive diagnosis of suspicious lesions for breast cancer. METHODS: a cross-sectional, observational study was carried out with 104 women attending a cancer hospital with a diagnosis or suspected diagnosis of breast cancer. A semistructured questionnaire on the patients' demographic, clinical characteristics and the use of services was applied.Variables were compared using t-Student test, Mann-Whitney test, Pearson's χ2 test or Fisher's exact test, as appropriate. In order to identify the variables associated with delays in breast cancer diagnosis, the Odds Ratio (OR) were calculated together with their respective 95% confidence intervals (95%CI) and a logistic regression model was constructed. RESULTS: age of patients was 54±12.6 years (mean±standard deviation). Most of the women were white (48.1%), married (63.5%), living in the city of Rio de Janeiro (57.7%) and poorly educated (60.6%). The median time between the first sign or symptom of the disease and first consultation was one month and the mean time between first consultation and confirmation of diagnosis was 6.5 months. In 51% of the women, diagnosis was late (stages II-IV). Symptomatic presentation and longer delay between symptom onset and the first evaluation and between symptom onset and the diagnosis were found to be significant factors (p<0.05) for delays in obtaining definitive diagnosis of suspicious lesions. CONCLUSIONS: the results of this study suggest that efforts must be made to reduce the time needed to get an appointment with a doctor and to confirm a diagnosis of suspicious lesions, as well as to educate physicians and the women themselves regarding the importance of breast symptoms and the value of prompt evaluation, diagnosis, and treatment.