O objetivo deste estudo foi compreender os significados atribuídos à sustentabilidade nas organizações e como eles se relacionam com os paradigmas ambientais compartilhados. Abordaram-se o antropocentrismo, em suas vertentes individualista e coletivista, o ecocentrismo, também individualista e coletivista, e a sustentabilidade-centrismo. Foi feita uma análise qualitativa descritiva, fundamentada na análise de conteúdo dos relatórios de sustentabilidade e de alguns discursos disponíveis nos endereços eletrônicos de três organizações do setor de geração e distribuição de energia. Os significados atribuídos à sustentabilidade estão associados, em sua maior parte, ao paradigma antropocêntrico individualista, não tendo sido observado um rompimento com a busca por atender unicamente aos interesses dos proprietários das organizações. Nessa visão, relacionou-se sustentabilidade a conceitos como os de crescimento, rentabilidade, liderança ou boas práticas de governança nas organizações. Também na vertente individualista, mas se aproximando do ecocentrismo, associou-se a sustentabilidade ao cumprimento da legislação ambiental e à ecoeficiência. Observaram-se posicionamentos ligados ao antropocentrismo, mas com alguma proximidade com sua vertente coletivista, quando a sustentabilidade é vista como diferentes formas de investimentos e programas sociais e responsabilidade social. De maneira similar, a associação com a responsabilidade socioambiental também buscou uma visão mais coletivista, mas intentando não restringir suas preocupações apenas à humanidade, mas também às outras formas de vida. Ainda que tais significados busquem, de alguma maneira, expressar preocupações coletivistas, ainda não seria equivalente a dizer que a organização é sustentável. Nenhum dos significados atribuídos à sustentabilidade remete a seu sentido original, associado à superação da dicotomia entre humanidade e natureza e à manutenção da biota como um todo em longo prazo. Os discursos organizacionais, mesmo quando se referiam à sustentabilidade, tinham como tema central o relato dos resultados financeiros das organizações, fortalecendo o paradigma antropocêntrico individualista. As ações sociais e ambientais apresentadas nesses relatórios contribuem para a busca de soluções quanto a alguns problemas socioambientais, mas ainda são bastante pontuais e isoladas, não indicando mudanças na visão de mundo dominante.
This study aims to understand the meanings attributed to sustainability in organizations and how these meanings can be related to environmental paradigms. It was discussed the anthropocentrism, in their individual and collective perspectives, the ecocentrism also the individual and the collective, and the sustaincentrism. A qualitative descriptive analysis was carried out, based on content analysis of sustainability reports and material available in sites of a sample of three energy sector organizations. The meanings attributed to sustainability are related, in most organizations, with the individual anthropocentric paradigm without distancing from the purpose to serve only the interests of the organizations owners. In this view, sustainability concepts were related to organizational growth, profitability, leadership and good practices in corporate governance. Also in the individual perspective, but close to the ecocentrism view, sustainability was linked to environmental legislation enforcement and eco-efficiency. There were also speeches related to anthropocentrism, but with some proximity to their collective perspective, when sustainability is seen as different forms of social investments and programs and social responsibility. Similarly, the association with socio-environmental responsibility also sought a more collectivist vision, aiming to not restrict their concern to humanity, but also with other life forms. Although the meanings attributed to sustainability aim, somehow, to express collective concerns, they are not equivalent to say that the organization is sustainable. None of the meanings attributed to the sustainability refer to its original meaning, associated with overcoming the dichotomy between humanity and nature and the maintenance of the whole biota in the long term. Organizational discourses, even when referring to sustainability, had as central theme the organizational financial performance, strengthening the individualist anthropocentric paradigm. The social and environmental actions presented in these reports contribute in the search for solutions to socio-environmental problems, but they are still very punctual and isolated, indicating no change on the anthropocentric dominant worldview.
El objetivo de este estudio fue comprender los significados atribuidos a la sostenibilidad en las organizaciones y cómo éstas se relacionan con significados compartidos paradigmas del medio ambiente. Se acerca el antropocentrismo en sus pistas ecocentrismo individualista y colectivista, demasiado individualista y colectivista, y la centralidad de sostenibilidad. Se realizó un análisis descriptivo cualitativo, basado en el análisis de contenido de los informes de sostenibilidad y discursos disponibles en algunos sitios de las organizaciones en el sector de generación y distribución de energía. Los significados están relacionados con la sostenibilidad, en su mayor parte, el paradigma individualista antropocéntrica, y no tuvo descanso con una misión de servir sólo a los intereses de las organizaciones privadas. En este punto de vista, relacionado con conceptos como la sostenibilidad del crecimiento, la rentabilidad, el liderazgo y prácticas de buen gobierno en las organizaciones. También en el lado individualista, pero se acerca el ecocentrismo, vinculados a la sostenibilidad de cumplimiento ambiental y la eco-eficiencia. Observado posiciones relacionadas con el antropocentrismo, pero con algo de la proximidad a su lado colectivista, donde la sustentabilidad es vista como formas diferentes de las inversiones y los programas sociales y la responsabilidad social. Del mismo modo, la asociación con la responsabilidad social y ambiental también buscó una más colectivistas, pero no destinada a restringir su única preocupación para la humanidad, sino también a otras formas de vida. A pesar de tales significados buscar, de alguna manera, expresar las preocupaciones colectivas todavía no equivale a decir que la organización sea sostenible. Ninguno de los significados atribuidos a la sostenibilidad se refiere a su significado original, asociada a la superación de la dicotomía entre la humanidad y la naturaleza y el mantenimiento de la biota en su conjunto a largo plazo. Discurso de organización, incluso cuando se refiere a la sostenibilidad como eje central tenía que informar los resultados financieros de las organizaciones, fortaleciendo el paradigma antropocéntrico individualista. Las acciones sociales y ambientales presentadas en estos informes contribuyen en la búsqueda de soluciones a los problemas sociales y ambientales, pero son muy específicos y aislados, lo que indica ningún cambio en la visión del mundo dominante.