Resumo A autópsia virtual é um método inovador, que tem vindo a solidificar a sua relevância na área da imagiologia forense. Há várias técnicas post mortem, contudo na área forense evidenciam-se a tomografia computorizada post mortem e a ressonância magnética post mortem. Esta abordagem é capaz de fornecer elementos periciais relevantes para a Patologia Forense, através da análise de imagens recolhidas, de forma não invasiva e preservando a integridade do cadáver, com o intuito de esclarecer a causa e as circunstâncias da morte, a identificação do cadáver e a realização de estudos tanatológicos e antropológicos. O objetivo principal deste trabalho é expor os alcances e as limitações da abordagem da autópsia virtual assim como a sua aplicabilidade no âmbito forense, focando, essencialmente, nas técnicas de tomografia computorizada post mortem e de ressonância magnética post mortem. Mas será que a autópsia virtual poderá vir a substituir a autópsia invasiva, em algum momento? Ou será considerada, apenas, como um complemento? O uso desta abordagem como um método de “screening” será exequível? São estas e outras questões que os autores pretendem esclarecer através de uma revisão narrativa. Para isso foi realizado um levantamento por pesquisa na PubMed e outras bases de dados a partir de 1 de janeiro de 2015 até 31 de novembro de 2023, tendo sido incluído conteúdo que se mostrou pertinente fora desse espaço temporal. Como conclusão, a autópsia virtual pode ser recomendada como uma alternativa prática de diagnóstico quando a autópsia convencional não é possível e pode desempenhar um papel como método de “screening”, sobretudo para mortes traumáticas.
Abstract Virtual autopsy is an innovative method that has solidified its relevance in the field of forensic imaging. There are various post-mortem techniques, but post-mortem computed tomography and post-mortem magnetic resonance imaging stand out in the forensic area. This approach is capable of providing relevant expert evidence for Forensic Pathology, by analysing images collected in a non-invasive way and preserving the integrity of the corpse, with the aim of clarifying the cause and circumstances of death, identifying the corpse and carrying out thanatological and anthropological studies. The main aim of this paper is to explain the scope and limitations of the virtual autopsy approach and its applicability in the forensic field, focusing essentially on post-mortem computed tomography and post-mortem magnetic resonance imaging techniques. But could virtual autopsy replace invasive autopsy at some point? Or will it only be seen as a complement? Is it feasible to use this approach as a screening method? The authors aim to clarify these and other questions through a narrative review. To this end, a survey was carried out by searching PubMed and other databases from 1 January 2015 to 31 November 2023, including content that proved pertinent outside this time frame. In conclusion, virtual autopsy can be recommended as a practical diagnostic alternative when conventional autopsy is not possible and can play a role as a screening method, especially for traumatic deaths.