A dissecção da aorta é um evento cardiovascular de alta mortalidade quando não diagnosticado precocemente e tratado adequadamente. Na dissecção de aorta do tipo A de Stanford há o envolvimento da aorta ascendente enquanto na do tipo B este a aorta ascendente não está acometida. O tratamento da dissecção de aorta do tipo A é predominantemente cirúrgico. A mortalidade hospitalar do tratamento cirúrgico da dissecção da aorta do tipo B é de aproximadamente 20%, enquanto a do tratamento clínico é de 10%. Entretanto, metade dos pacientes que recebem alta hospitalar após o tratamento clínico, evoluem com complicações aórticas nos anos subsequentes, sendo que a mortalidade em três a cinco anos pode atingir 25 a 50%. Além disto, o tratamento cirúrgico das complicações aórticas, após o tratamento clínico, também apresenta alta mortalidade. Desta forma, o tratamento endovascular surge como interessante alternativa para o tratamento menos invasivo desta doença. Inicialmente indicado apenas para os casos complicados, apresentavam mortalidade hospitalar menor que 10% com mais de 80% de sucesso de oclusão e trombose da falsa luz. O INSTEAD TRIAL, que randomizou pacientes com dissecção de aorta do tipo B não complicada para o tratamento médico otimizado e para o tratamento endovascular em adição ao tratamento médico otimizado, demonstrou que após três anos de acompanhamento, aqueles pacientes submetidos ao tratamento endovascular apresentaram menor mortalidade e complicações relacionados a aorta. Portanto, atualmente há uma tendência em se indicar o tratamento endovascular como padrão para o tratamento da dissecção de aorta do tipo B.
Aortic dissection is a cardiovascular event of high mortality if not early diagnosed and properly treated. In Stanford type A aortic dissection, there is the involvement of the ascending aorta, whereas in type B the ascending aorta is not affected. The treatment of type A aortic dissection is mainly surgical. The hospital mortality of type B aortic dissection surgical treatment is approximately 20%, while medical therapy is 10%. However, half the patients who are discharged from hospital after medical treatment, progress to aortic complications in the following years, and the mortality in three to five years may reach 25-50%. In addition, the surgical treatment of aortic complications after medical treatment, has also a significant mortality. This way, the endovascular treatment comes up as an interesting alternative of a less invasive treatment for this disease. They presented a mortality rate lower than 10% with more than 80% success rate of occlusion and thrombosis of the false lumen. The INSTEAD TRIAL, which randomized patients with uncomplicated type B aortic dissection for optimal medical therapy and endovascular treatment in addition to optimal medical therapy, showed that after three years of follow up, patients who underwent endovascular treatment had lower mortality and aorta-related complications. Therefore, there is a current tendency to recommend the endovascular treatment as a standard for the treatment of type B aortic dissection