Resumo A despoluição de águas residuais é ainda um desafio para a sociedade e comunidade acadêmica. Diante dos diversos materiais disponíveis para estudo destacam-se as enzimas, em função de sua especificidade para a despoluição e biodegradabilidade para descarte. Novas fontes de enzimas podem representar alternativas eficientes e de custo reduzido em relação às técnicas corriqueiramente utilizadas. Neste trabalho o perfil de peroxidase dos frutos de Echinolaena inflexa foi estudado para aplicação no tratamento de águas residuais. O teor de proteína encontrado foi 5,33 mg g-1. As condições ótimas de reação foram: 50oC, pH 7,5 a 0,1 mol L-1 de tampão fosfato e 15 min. A enzima foi inativada somente após aquecimento a 94oC e teve sua atividade inibida quando incubada com ácido ascórbico a 10 mmol L-1, um inibidor clássico para peroxidases. Nos testes com fenóis e efluentes agroindustriais, a enzima foi capaz de degradar 87,5% do catecol, 67,8% do pirogalol e 39,1% do resorcinol e ainda apresentou 29,1% de capacidade de degradação de compostos fenólicos presentes no efluente bruto. Os resultados mostraram que a peroxidase de Echinolaena inflexa, uma nova fonte de enzimas, possui potencial para ser explorada como alternativa ao tratamento de águas residuais.
Abstract Decontamination of wastewater continues to be a challenge for society and the scientific community. Despite the availability of various materials for study, enzymes stand out due to their specificity for decomposition and biodegradability for disposal. New sources of enzymes may represent efficient and low-cost alternatives compared to routinely used techniques. In this survey, the peroxidase profile from Echinolaena inflexa fruits was studied for possible applications in the treatment of wastewater. The protein content was found to be 5.33 mg g-1. The optimum reaction conditions were: 50°C, pH 7.5 at 0.1 mol L-1 of phosphate buffer for 15 min. The enzyme was inactivated after 5 min at 94°C and was inhibited when incubated with ascorbic acid at 10 mmol L-1. In tests using phenols and agro industrial waste, the peroxidase was able to oxidase 87.5% of catechol, 67.8% of pyrogallol, 39.1% of resorcinol and still presented 29.1% of the degradation capacity of raw wastewater phenolic compounds. The results showed that the Echinolaena inflexa peroxidase, a new source of enzymes, is a potential alternative to wastewater treatment.