OBJETIVO: Estimar a prevalência de DPOC não diagnosticada entre indivíduos com fatores de risco para a doença atendidos em unidades de estratégia de saúde da família (UESF) na cidade de Aparecida de Goiânia (GO). MÉTODOS: Os critérios de inclusão foram ter idade > 40 anos, ter história de tabagismo > 20 maços-ano ou de exposição à queima de biomassa > 80 horas-ano e procurar atendimento médico em uma das UESF selecionadas. Todos os indivíduos incluídos no estudo foram submetidos a espirometria para a definição diagnóstica de DPOC. RESULTADOS: Foram avaliados com sucesso 200 indivíduos, a maioria do sexo masculino. A média de idade foi de 65,9 ± 10,5 anos. Tiveram confirmação diagnóstica de DPOC 63 indivíduos. Desses, apenas 18 haviam sido previamente diagnosticados com DPOC (taxa de subdiagnóstico de 71,4%). Não houve diferenças significantes entre os subgrupos com e sem diagnóstico prévio de DPOC em relação a fatores demográficos e fatores de risco. Entretanto, houve diferenças significantes entre esses subgrupos em relação à presença de expectoração, chiado e dispneia (p = 0,047, p = 0,005 e p = 0,047, respectivamente). Os valores de VEF1 e VEF1/CVF, em percentual do previsto, foram significativamente menores nos indivíduos com diagnóstico prévio de DPOC. A DPOC foi predominantemente leve a moderada em ambos os subgrupos. CONCLUSÕES: A taxa de subdiagnóstico da DPOC foi alta nas UBS estudadas. Um terço dos pacientes com fatores de risco para DPOC apresentou critérios clínicos e funcionais para a doença. A espirometria foi subutilizada.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of undiagnosed COPD among individuals with risk factors for the disease treated at primary health care clinics (PHCCs) in the city of Aparecida de Goiânia, Brazil. METHODS: Inclusion criteria were being > 40 years of age, having a > 20 pack-year history of smoking or a > 80 hour-year history of exposure to biomass smoke, and seeking medical attention at one of the selected PHCCs. All subjects included in the study underwent spirometry for the diagnosis of COPD. RESULTS: We successfully evaluated 200 individuals, mostly males. The mean age was 65.9 ± 10.5 years. The diagnosis of COPD was confirmed in 63 individuals, only 18 of whom had been previously diagnosed with COPD (underdiagnosis rate, 71.4%). There were no significant differences between the subgroups with and without a previous diagnosis of COPD in relation to demographics and risk factors. However, there were significant differences between these subgroups for the presence of expectoration, wheezing, and dyspnea (p = 0.047; p = 0.005; and p = 0.047, respectively). The FEV1 and FEV1/FVC ratio, expressed as percentages of the predicted values, were significantly lower in the subjects with a previous diagnosis of COPD, which was predominantly mild or moderate in both subgroups. CONCLUSIONS: The rate of underdiagnosis of COPD was high at the PHCCs studied. One third of the patients with risk factors for COPD met the clinical and functional criteria for the disease. It seems that spirometry is underutilized at such facilities.