Para avaliarmos um dos objectivos do Programa Nacional de Controlo da Asma que, no ano 2007, deveria ter uma redução de 20% nos internamentos de crianças e jovens, decidimos analisar os internamentos hospitalares por asma, ocorridos em Portugal continental no período compreendido entre 2000 e 2007. Utilizando a base de dados da Administração Central dos Serviços de Saúde, avaliámos 24 271 internamentos, tendo-se verificado que 48,7% dos doentes tinham menos de 19 anos e 61,8% tinham 40 ou menos. A taxa média anual global de internamento por asma foi de 30,79 por 100 000 habitantes. A demora média global foi de 5,94 dias, com variações entre os 2,93 e os 9,73 dias, de acordo com os vários grupos etários. Ao longo destes oito anos observou-se uma tendência para o decréscimo dos internamentos nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo. Faleceram 189 doentes, 25 dos quais com idade igual ou inferior a 40 anos. As taxas de mortalidade variaram entre os 0,162 em 2002 e os 0,324 por 100 000 habitantes em 2005, tendo falecido em média 0,77 doentes por cada 100 internamentos. O custo médio anual ultrapassou os €3,3 milhões, possibilitando uma estimativa do custo anual da asma, em Portugal, de cerca de €117,5 milhões. Conclui-se que, em Portugal, muitos asmáticos não têm a sua doença devidamente controlada e que este controlo se pode traduzir numa melhoria da qualidade de vida e redução dos custos da doença.
We conducted a review of asthma hospital admissions in mainland Portugal 2000-2007 to evaluate if one of the aims of the National Asthma Control Programme, a 20% reduction in hospital admissions in children and adolescents in 2007, had been achieved. Using the Health Services Central Administration data base we reviewed 24271 admissions and saw that 48.7% of patients admitted were aged under 19 years old and that 61.8% were aged 40 years old or under. Mean global annual asthma hospital admission rate was 30.79 per 100 000 inhabitants. Mean global hospital stay was 5.94 days, range 2.93- 9.73 days, depending on the age group. We saw a drop in admission in both the northern and the Lisbon and Tagus Valley regions over the 8 year period. 189 patients died, 25 of who were aged 40 years old or under. The mortality rate ranged from 0.162 in 2002 to 0.324 per 100 000 inhabitants in 2005, with a mean patient death of 0.77 patients per 100 admissions. Mean annual costs were in excess of €3.3 million, meaning an estimated annual financial asthma burden of around €117.5 million in Portugal. We concluded that many asthma sufferers in Portugal do have sufficient disease controlled. Improved management would equal better quality of life and reduced disease costs.