Resumo O artigo trata dos businenge (maroons, quilombolas) saamaka do Alto Suriname. Parto de um tema clássico da antropologia - a separação nem sempre clara entre dádivas e mercadorias - e um aspecto particular da vida econômica nesta localidade - a rejeição do uso de dinheiro em determinadas esferas de circulação de objetos, serviços e palavras - como problemas. A ideia é compreender os motivos pelos quais, mesmo num contexto econômico crescentemente monetizado e integrado à economia capitalista global, há certos tipos de trocas nas quais o papel-moeda não deve circular de forma explícita, e nas quais fazem o papel de “moeda” objetos cuja fabricação é estrangeira. Busco compreender como é traçada, em Saamaka, a exterioridade e a interioridade, e de que forma o dinheiro é marcado como externa, enquanto certas “dádivas”, como rum e tecido, são feitas internas.
Abstract Among the Saamaka Maroons (or Businenge) of Upper Suriname, despite growing monetization and their integration into the global capitalist economy, there are some types of exchange in which money is not supposed to circulate, at least not explicitly. In these exchanges, objects - revealingly, objects of foreign manufacturing - act in a way similar to “currencies”. The rejection by the Saamaka of money in certain spheres in which objects, persons, services and words circulate will lead us to the classic - and so often muddled - anthropological distinction between gifts and commodities. I will try to understand how the distinction between exteriority and the interiority is composed in Saamaka, and how money is marked as external, while “gifts”, such as rum and fabric, are made internal.
Resumen El artículo trata de los businege (cimarrones, palenqueros) saamaka del Alto Suriname. Parto de un tema clásico de la antropología - la separación no del todo definida entre don y mercancía - y de un aspecto particular de la vida económica en esta localidad - el rechazo hacia el uso de dinero en determinadas esferas de circulación de objetos, servicios y palabras - como problemas. La idea es comprender los motivos por los cuales, aunque se trate de un contexto económico en creciente monetización e integrado a la economía capitalista global, existen determinados modos de intercambios mediante los cuales el papel moneda no debe circular de forma explícita, y en los cuales hacen el papel de “moneda” objetos cuya fabricación es extranjera. Intento comprender como se postula, en Saamaka, la exterioridad y la interioridad, y de que forma el dinero es tildado como externo, mientras determinados “dones”, como ron y tejido, resultan internos.