Resumo Com o objetivo de identificar o papel da comunicação em saúde e da promoção da saúde na Estratégia Saúde da Família, desenvolveu-se este trabalho, ancorado na abordagem qualitativa, com desenho de múltiplos casos. Empregou-se a técnica do grupo focal, norteada por um roteiro semiestruturado, contendo três perguntas norteadoras. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Ao todo, foram realizados dez grupos focais, em cinco municípios brasileiros de grande porte. Participaram cinquenta e cinco profissionais da Estratégia de Saúde da Família, de 21 equipes de Saúde da Família, lotados em 15 Unidades Básicas de Saúde. Dentre as contribuições, os profissionais destacaram a promoção da saúde para garantia do bem-estar e a comunicação em saúde favorecendo o planejamento das ações e a troca de experiências, sendo por eles considerada como uma ferramenta para trabalhar práticas promotoras da saúde. Ressaltou-se ainda, que além de primordiais, esses campos se complementam e, juntos, contribuem para melhoria da qualidade de vida. Como principais desafios, relataram a necessidade de maior envolvimento dos profissionais para trabalhar a educação para a promoção, superar a visão saúde-doença ainda presente na comunidade e a escassez de tempo para trabalhar mais a comunicação em saúde.
Abstract Aiming to identify the role of communication in health and health promotion in the Family Health Strategy, this work was developed, anchored in a qualitative approach, with a design of multiple cases. The focus group technique was used, guided by a semi-structured script, containing three guiding questions. For data analysis, the Collective Subject Discourse technique was used. In all, ten focus groups were held in five large Brazilian municipalities. Fifty-five professionals from the Family Health Strategy participated, from 21 Family Health teams, located in 15 Basic Health Units. Among the contributions, the professionals highlighted health promotion to guarantee well-being and health communication favoring the planning of actions and the exchange of experiences, being considered by them as a tool to work with health-promoting practices. It was also highlighted that, in addition to being essential, these fields complement each other and, together, contribute to improving the quality of life. As main challenges, they reported the need for greater involvement of professionals to work on education for promotion, overcome the health-disease vision still present in the community and the lack of time to work more on health communication.