RACIONAL: A abordagem cirúrgica é o tratamento tradicional para os pseudocistos sintomáticos de pâncreas, contudo a morbidade permanece elevada. Terapêuticas endoscópicas minimamente invasivas têm sido encorajadas. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da drenagem endoscópica transmural de pseudocistos de pâncreas guiada por ecoendoscopia. MÉTODOS: De janeiro de 2003 a agosto de 2006, 31 pacientes sintomáticos submetidos a 37 procedimentos no mesmo centro de referência foram analisados retrospectivamente. Pancreatite crônica e aguda foram detectadas em, respectivamente, 17 (54,8%) e 10 (32,3%) pacientes. Abaulamento da parede esteve presente em 14 (37,8%) casos. Cistogastrostomias ou cistoduodenostomias foram criadas com um ecoendoscópio linear sob controle endosonográfico e fluoroscópico. Como rotina, apenas uma única prótese plástica foi empregada, sem dreno nasocístico. Próteses retas ou " double pigtail" foram empregadas em, respectivamente, 22 (59,5%) e 15 (40,5%) procedimentos. RESULTADOS: A drenagem endoscópica foi adequada em 29 (93,5%) pacientes. Dois casos necessitaram intervenção cirúrgica por complicações do procedimento. Não houve mortalidade relacionada ao procedimento. Vinte e quatro pacientes contaram com seguimento superior a 4 semanas. Durante seguimento médio de 12,6 meses, ocorreram seis (25%) recurrências sintomáticas por obstrução ou migração da prótese, com infecção secundária em dois casos, todos manejados com novas próteses. O tempo mediano para ocorrência de complicações foi de 3 semanas. Complicações tardias foram mais freqüentes em pacientes tratados com próteses retas e naqueles com história recente de pancreatite aguda. CONCLUSÔES: A drenagem endoscópica transmural constitui abordagem efetiva para o manejo dos pseudocistos de pâncreas.
BACKGROUND: Surgery is the traditional treatment for symptomatic pancreatic pseudocysts, but the morbidity is still too high. Minimally invasive endoscopic approaches have been encouraged. AIMS: To evaluate the efficacy of endoscopic ultrasound-guided endoscopic transmural drainage of pancreatic pseudocysts. METHODS: From January, 2003 to August, 2006, 31 consecutive symptomatic patients submitted to 37 procedures at the same endoscopic unit were retrospectively analysed. Chronic and acute pancreatitis were found in, respectively, 17 (54.8%) and 10 (32.3%) cases. Bulging was present in 14 (37.8%) cases. Cystogastrostomy or cystoduodenostomy were created with an interventional linear echoendoscope under endosonographic and fluoroscopic control. By protocol, only a single plastic stent, without nasocystic drain, was used. Straight or double pigtail stents were used in, respectively, 22 (59.5%) and 15 (40.5%) procedures. RESULTS: Endoscopic ultrasound-guided transmural drainage was successful in 29 (93.5%) patients. Two cases needed surgery, both due to procedure-related complications. There was no mortality related to the procedure. Twenty-four patients were followed-up longer than 4 weeks. During a mean follow-up of 12.6 months, there were six (25%) symptomatic recurrences due to stent clogging or migration, with two secondary infections. Median time for developing complications and recurrence of the collections was 3 weeks. These cases were successfully managed with new stents. Complications were more frequent in patients treated with straight stents and in those with a recent episode of acute pancreatitis. CONCLUSIONS: Endoscopic transmural drainage provides an effective approach to the management of pancreatic pseudocysts.