Resumo Objetivo: Verificar a prevalência dos achados dermatológicos nos primeiros dias de vida e analisar se há associação com características neonatais, gestacionais e sazonalidade. Métodos: Recém-nascidos de três maternidades de uma capital brasileira foram selecionados aleatoriamente para serem submetidos ao exame dermatológico feito por dermatologistas. Resultados: Foram selecionados aleatoriamente 2.839 neonatos com até 72 horas de vida, 309 foram excluídos por terem sido admitidos em Unidade de Tratamento Intensivo. Dos 2.530 neonatos examinados, 49,6% eram da etnia branca e 50,5% do sexo masculino. Foi observado algum achado dermatológico em 95,8% dos recém-nascidos; desses, 88,6% tinham lesões cutâneas transitórias neonatais, 42,6% marca de nascimento, 26,8% pustulose benigna neonatal, 2% lesões secundárias ao trauma, 0,5% malformação cutânea e 0,1% doença infecciosa. O achado dermatológico mais frequente foi o lanugo, observado em 38,9% dos neonatos, seguido por hiperplasia de glândulas sebáceas (35%), melanocitose dérmica (24,6%), descamação da pele (23,3%), eritema tóxico neonatal (23%), mancha salmão (20,4%), eritema da pele (19%), hiperpigmentação da genitália (18,4%), edema palpebral (17,4%), cistos de mília (17,3%), hipertrofia da genitália (12%) e xerose cutânea (10,9%). Conclusões: Os achados dermatológicos são frequentemente identificados nos primeiros dias de vida e muitos deles caracterizam a pele do recém-nascido. Os neonatos pardos e aqueles cujas mães apresentavam algum fator de risco gestacional tiveram mais achados dermatológicos. A idade gestacional, a etnia do neonato, o gênero, o índice de Ápgar, o tipo de parto e a sazonalidade influenciaram na presença de manifestações cutâneas específicas.
Abstract Objective: To determine the prevalence of neonatal dermatological findings and analyze whether there is an association between these findings and neonatal and pregnancy characteristics and seasonality. Methods: Newborns from three maternity hospitals in a Brazilian capital city were randomly selected to undergo dermatological assessment by dermatologists. Results: 2938 neonates aged up to three days of life were randomly selected, of whom 309 were excluded due to Intensive Care Unit admission. Of the 2530 assessed neonates, 49.6% were Caucasians, 50.5% were males, 57.6% were born by vaginal delivery, and 92.5% of the mothers received prenatal care. Some dermatological finding was observed in 95.8% of neonates; of these, 88.6% had transient neonatal skin conditions, 42.6% had congenital birthmarks, 26.8% had some benign neonatal pustulosis, 2% had lesions secondary to trauma (including scratches), 0.5% had skin malformations, and 0.1% had an infectious disease. The most prevalent dermatological findings were: lanugo, which was observed in 38.9% of the newborns, sebaceous hyperplasia (35%), dermal melanocytosis (24.61%), skin desquamation (23.3%), erythema toxicum neonatorum (23%), salmon patch (20.4%), skin erythema (19%), genital hyperpigmentation (18.4%), eyelid edema (17.4%), milia (17.3%), genital hypertrophy (12%), and skin xerosis (10.9%). Conclusions: Dermatological findings are frequent during the first days of life and some of them characterize the newborn's skin. Mixed-race newborns and those whose mothers had some gestational risk factor had more dermatological findings. The gestational age, newborn's ethnicity, gender, Apgar at the first and fifth minutes of life, type of delivery, and seasonality influenced the presence of specific neonatal dermatological findings.