Apesar de vários estudos abordando o limite inferior do solo e o seu contato com a camada saprolítica, ainda existem demandas referentes à padronização da identificação e anotação dessas variáveis no campo. Em solos rasos, a anotação correta desses limites ou contatos é essencial para determinar o seu comportamento e potencial de uso. Os objetivos deste estudo foram identificar e definir o contato e, ou, zona de transição entre solo e saprolito em perfis de Argissolos derivados de arenito fino e siltito argiloso em ambiente subtropical no sul do Brasil e, subsequentemente, validar as observações de campo pelas análises multivariadas de dados obtidos no laboratório. Nos seis perfis avaliados, a sequência de horizontes encontrada foi A, Bt, C e Cr, onde C foi considerado parte do solo, em razão da sua estrutura pedogênica; e Cr, saprolito, por causa da estrutura de rocha. Os atributos morfológicos que foram determinados no campo e se evidenciaram diferentes entre os horizontes B e C e a camada Cr foram: cor, estrutura, textura e fragmentos de saprolito. De acordo com o teste de médias, os atributos que suportam a inclusão do horizonte C como parte do solo foram: areia, argila, argila dispersa em água, relação silte/argila, macroporosidade, porosidade total, resistência a penetração, capacidade de troca de cátions, ferro extraído com DCB, Al, H+Al e atividade da argila. Os atributos que suportam o horizonte C como uma zona de transição foram: silte, Ca, C orgânico total e Fe extraído com oxalato de amônio. A análise discriminante indicou diferenças entre os três horizontes avaliados (B, C e Cr).
Despite numerous studies conducted on the lower limit of soil and its contact with saprolite layers, a great deal of work is left to standardize identification and annotation of these variables in the field. In shallow soils, the appropriately noting these limits or contacts is essential for determining their behavior and potential use. The aims of this study were to identify and define the field contact and/or transition zone between soil and saprolite in profiles of an Alisol derived from fine sandstone and siltstone/claystone in subtropical southern Brazil and to subsequently validate the field observations through a multivariate analysis of laboratory analytical data. In the six Alisol profiles evaluated, the sequence of horizons found was A, Bt, C, and Cr, where C was considered part of the soil due to its pedogenetic structure, and Cr was considered saprolite due to its rock structure. The morphological properties that were determined in the field and that were different between the B and C horizons and the Cr layer were color, structure, texture, and fragments of saprolite. According to the test of means, the properties that support the inclusion of the C horizon as part of the soil are sand, clay, water-dispersible clay, silt/clay ratio, macroporosity, total porosity, resistance to penetration, cation exchange capacity, Fe extracted by DCB, Al, H+Al, and cation exchange capacity of clay. The properties that support the C horizon as a transition zone are silt, Ca, total organic C, and Fe extracted by ammonium oxalate. Discriminant analysis indicated differences among the three horizons evaluated.