RESUMO A Inteligência Artificial (AI) é a mais nova hype tecnológica. Embora envolva grande diversidade de tecnologias, uma imagem genérica, superpoderosa, fortemente negativa e, no limite, distópica da IA tem sido disseminada, especialmente por obras de ficção científica. Recentemente, sobretudo após o lançamento do ChatGPT, houve uma explosão de publicações jornalísticas e acadêmicas, que, em parte, reforçam esse imaginário. Nas abordagens acadêmicas, os riscos seguem em destaque e, inclusive, cenários apocalípticos relacionados à AI são levados em consideração. A preocupação ética, então, assume um sentido eminentemente negativo e os possíveis benefícios das AIs, muito mais realistas, são subfocalizados. Neste artigo, destacamos a importância de ir além da hype, desenvolvendo abordagens multi/interdisciplinares, delimitadas, realistas e ponderadas. Recorrendo à inteligência coletiva expressa na interação entre pesquisadores de três áreas (ciência da computação, linguística e filosofia), abordamos uma ferramenta de tradução automática (Machine Translation) gratuita: Google Translate. Nosso objetivo é mostrar que abordagens bem delimitadas, multidisciplinares, tecnicamente respaldadas e que não adotem o discurso sensacionalista nos conduzem a reflexões epistemicamente mais consistentes e crítico-normativas mais ponderadas, o que seria fundamental para o avanço do debate sobre AI. (AI tecnológica tecnologias genérica superpoderosa limite disseminada científica Recentemente ChatGPT acadêmicas parte imaginário inclusive consideração ética então AIs subfocalizados artigo multiinterdisciplinares multi interdisciplinares multi/interdisciplinares delimitadas ponderadas ciência computação filosofia, filosofia , filosofia) Machine Translation gratuita Translate multidisciplinares críticonormativas crítico normativas

ABSTRACT Artificial Intelligence (AI) is the newest technological hype. Although it involves a great diversity of technologies, the disseminated image of AI has been a generic, super-powerful, extremely negative one, at the edge of dystopian, especially in works of science fiction. Recently, following the launch of ChatGPT, one finds an explosion of journalistic and academic publications, some of which reinforce this public imagination. In academia, AI’s risks remain highlighted and even apocalyptic scenarios related to it are taken into consideration. Ethical concerns, then, take on eminently negative connotations, and the much more realistic possible benefits of AIs are under-focused. We highlight in this paper the importance of going beyond the hype and developing multi/interdisciplinary, delimited, realistic, and thoughtful approaches. Employing the collective intelligence embodied in the interaction between researchers from three fields -Computer Science, Linguistics, and Philosophy- we approach a free machine translation tool: Google Translate. Our goal is to show that well-defined, multidisciplinary, technically supported approaches that do not adhere to sensationalist discourse lead us to more epistemically consistent and more thoughtful critical-normative reflections, which would be crucial for advancing the debate on AI. (AI technologies generic superpowerful, superpowerful super powerful, powerful super-powerful dystopian fiction Recently ChatGPT publications imagination academia s consideration concerns then connotations underfocused. underfocused under focused. focused under-focused multiinterdisciplinary multi interdisciplinary multi/interdisciplinary delimited Computer Science Linguistics Philosophy tool Translate welldefined, welldefined well defined, defined well-defined multidisciplinary criticalnormative critical normative reflections

Na análise comparativa das estruturas argumentais de verbos observadas no seu puro esqueleto, a semelhança entre diferentes línguas predomina. Contudo, ao se focalizarem verbos cognatos individuais resultam desencontros: para verbos com o mesmo rótulo fonológico, há estruturas que uma língua aproveita e a outra não. A explicação dessa falta de identidade no espelhamento precisa provir da leitura sintaticamente contextualizada da raiz: os falantes de diferentes línguas podem optar por diferentes leituras para as mesmas formas fonológicas nos mesmos contextos. Podem também dar rótulos fonológicos diferentes para 'os mesmos eventos' no mundo. Neste artigo pretendemos ilustrar dois fenômenos de interface sintaxe-semântica: a falta de isomorfia perfeita entre estruturas sintáticas e a sua leitura, com dados de reanálises de particípios, sufixos e prefixos; e realocações de raízes em contextos sintáticos de verbos. A razão de ser da imperfeição na correspondência sintaxe-semântica está no fato de que a estrutura sintática não é determinada por saberes extralinguísticos.

When we focus on the pure skeletal structures of verbs, the predominant observation is interlanguage similarity. However, if we focus on individual verb cognates between related languages we find many cases of mismatch: verbs with the same phonological label are often used in different syntactic structures in these languages. The only explanation for these mismatches has to come from the syntactically contextualized reading of the root: speakers of different languages can opt for different readings for the same phonological forms in the same context, and they may also give different phonological labels to the 'same events' in the world. Our aim in this article is to show the lack of perfect isomorphism between syntactic structures and their readings with data of reanalysis of participles, suffixes and prefixes, and choice of different roots in verbal syntactic contexts. What causes the imperfect correspondence between syntax and semantics is the fact that syntactic structure is not determined by extralinguistic knowledge.