No município de Paracambi, Estado do Rio de Janeiro, foi realizado um inquérito epidemiológico sobre a leishmaniose tegumentar americana na população canina residente em áreas endêmicas rural e semiurbana. Foram cadastrados 179 cães e 138 (77,1%) foram examinados, segundo seus aspectos clínicos e desenvolvimento de hipersensibilidade tardia ao antígeno Imunoleish® e respostas sorológicas à reação de imunofluorescência indireta e ao ensaio imunoenzimático. Dos 9 (6,5.%) animais portadores de lesões/cicatrizes suspeitas, 66,7% foram causadas por Leishmania sp; 44,4% produziram infecção em hamsters e apresentaram crescimento em meio de cultura, compatíveis com o comportamento de Leishmania do complexo braziliensis. A caracterização molecular (análises isoenzimáticas e do perfil de restrição do KDNA) identificou 2 amostras como similares à Leishmania (Viannia) braziliensis. A prevalência da infecção canina observada através do teste cutâneo, RIFI e ELISA foi, respectivamente, 10,1%, 16,7% e 27,8%. A presença das formas clínica/subclínica da LTA na população canina associada à infecção humana sugere que o cão pode atuar como possível fonte de infecção, assim como na disseminação da doença.
In the district of Paracambi, State of Rio de Janeiro an epidemiological survey for American tegumentary leishmaniasis in canine population was carried out in endemic localities. A total of 179 dogs was registered and 138 (77.1%) examined for their clinical aspects, development of delayed hypersensitivity (DHS) with Imunoleish® antigen and serological responses by indirect immunofluorescent reaction and enzyme-linked immunosorbent assay. In 9 (6.5%) dogs with active cutaneous lesions or suspect scars, 66.7% were caused by Leishmania sp; 44.4% produced infection in hamsters and showed growth in culture media, which was considered to be compatible with the species of Leishmania braziliensis complex. The molecular characterization (isoenzyme and KDNA restriction profiles) defined two strains with similar profiles for L. (Viannia) braziliensis. The prevalence of canine infection estimated by the cutaneous test, IFR and ELISA was 10.1%, 16.7% and 27.8%, respectively. The presence of clinical / sub-clinical form of ATL in canine population associated with human infections suggested that the dog can act as source of infection as well as for dissemination of the disease.